Caso Vitória: jovem que foi assassinada pode ter sido vítima de um stalker, apontam investigações

Perícia feita no celular do principal suspeito indica que ele acompanhava os passos de Vitória desde 2024

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 06:46, em 17 de Março de 2025)
Jovem foi morta com três facadas e corpo apresentava sinais de tortura
Legenda: Jovem foi morta com três facadas e corpo apresentava sinais de tortura
Foto: Arquivo pessoal

Mais um passo no Caso Vitória, ocorrido na Grande São Paulo no início deste mês. Perícia feita no celular do principal suspeito, Maicol Sales dos Santos, indica que ele acompanhava os passos da jovem desde 2024 e pode ter cometido o crime sozinho.

A hipótese é de que Maicol seria um stalker, um perseguidor, e estaria há algum tempo planejando o sequestro. Ele passou meses acompanhando a rotina dela, desde o ano passado. O homem e a vítima moravam no mesmo bairro. 

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As informações são do Fantástico. O programa teve acesso ao laudo da perícia com o relatório sobre o que foi encontrado no celular do suspeito.

Conforme cronologia indicada no documento, Maicol viu uma postagem de Vitória às 0h06 do dia 27 de fevereiro, cerca de 20 minutos antes de a jovem descer do ônibus no bairro em que morava. É um indício de que ele pode ter interceptado Vitória no caminho até a casa dela. 

Outra descoberta importante foi que, no celular de Maicol, a perícia encontrou também uma coleção de fotos da jovem. As revelações encaminham para uma nova linha de investigação: Maicol pode ter agido sozinho porque tinha desenvolvido uma certa obsessão por Vitória, confirmando a teoria de que ele seria um stalker.

A partir das novas provas, a investigação deve reavaliar se vai continuar considerando Gustavo Vinícius, ex-namorado de Vitória, e Daniel Lucas Pereira, morador da região, como suspeitos. Os dois sempre alegaram inocência.

A polícia aguarda os laudos finais da perícia para esclarecer se Maicol é realmente culpado e se cometeu o crime sozinho.

Como tudo aconteceu

Vitória Regina de Souza, de 17 anos, estava desaparecida e foi encontrada morta no dia 5 de março, numa área a cerca de cinco quilômetros da casa onde morava com a família. Ela residia em Cajamar, município da Grande São Paulo.

Reportagem do Diário do Nordeste no último dia 12 de março indicou que peritos usaram scanner para buscar vestígios de sangue na casa de Maicol Sales dos Santos. Em nota, a Secretaria de Segurança do Estado (SSP-SP) detalhou que o equipamento foi usado para buscar manchas do material orgânico na residência do investigado.

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Outra matéria do DN relatou que a jovem foi morta com três facadas e corpo apresentava sinais de tortura. Ela apresentava cortes por faca no tórax, no pescoço e no rosto. O corpo, que estava nu, apresentava uma série de escoriações e estava com a cabeça raspada.

De acordo com o depoimento de uma das testemunhas, o carro de Maicol estava perto do local onde a adolescente desapareceu, além do mesmo veículo ter sido visto no ponto final do ônibus onde ela desceu. Um fio de cabelo e uma amostra de sangue encontrada no carro devem ser analisados para determinar se pertenciam, de fato, à vítima. 

Além disso, outra testemunha apontou que uma movimentação de pessoas foi vista na frente da casa de Maicol na madrugada de 27 de fevereiro, horário em que Vitória caminhava do ponto de ônibus até a residência dela, no bairro Ponduva.

Mais descobertas

Recentemente, a polícia também encontrou no celular de Maicol fotos de facas e de um revólver. Segundo o relatório, o suspeito pode ter usado a arma para obrigar Vitória a entrar no carro dele sem gritar.

Testemunhas disseram à polícia que ouviram barulho na casa dele nesse mesmo dia. E que o suspeito sabia que o carro do pai de Vitória estava quebrado. 

Maicol está preso há oito dias. Ele afirmou em depoimento que passou a noite do desaparecimento de Vitória em casa com a esposa, mas ela o desmentiu. Disse que naquele dia dormiu na casa da mãe dela, e que não encontrou o marido.

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