Elmano compara disputa deste ano com eleição de 2012 e alfineta RC: 'nós não estamos mais isolados'
O petista relembrou que, naquele ano, ao romper com o grupo dos irmãos Ferreira Gomes, ele saiu candidato com pouco apoio partidário e de lideranças
O pré-candidato Elmano de Freitas (PT) comparou, nesta sexta-feira (29), em entrevista à Verdinha, o cenário da disputa pelo Governo do Ceará neste ano com a eleição em Fortaleza em 2012. Naquele pleito, PT e o grupo dos irmãos Cid e Ciro Gomes, à época no PSB, romperam na Capital, e Elmano e Roberto Cláudio se enfrentaram na disputa, da qual Roberto saiu vitorioso no segundo turno e se tornou prefeito da Capital - derrotando o petista, que era o candidato da máquina.
Agora, o grupo rompeu novamente a aliança, dessa vez pela condução do Governo do Estado, e os dois se enfrentarão novamente no pleito deste ano. Para Elmano, o cenário atual favorece a sua pré-candidatura, tendo em vista a aliança com partidos e lideranças de diferentes espectros. Na ocasião, ele ainda alfinetou o ex-gestor da Capital, dizendo que, dessa vez, eles "não estão mais isolados".
"Em 2012, por exemplo, nós estávamos isolados (na disputa pela Prefeitura), porque não tínhamos muito aliados. Hoje, nós não estamos mais isolados. Talvez, em 2012, nós pensássemos como os que romperam a aliança (PT e PDT) estão pensando: que nós somos os melhores, temos as melhores propostas. Agora, não pensamos assim, amadurecemos junto com o governador Camilo e vimos que é necessário ter uma frente ampla, dialogar, para poder governar"
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Elmano de Freitas deve ser homologado para a disputa pelo Palácio da Abolição em convenção do PT Ceará neste sábado (30), no Centro de Eventos, que contará com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República.
Definição de palanque
O racha no grupo governista ocorreu após o PDT escolher o ex-prefeito Roberto Cláudio como candidato ao Governo do Estado em detrimento do nome da governadora Izolda Cela para disputar a reeleição. Ela era apoiada pelo ex-governador Camilo Santana (PT) e por outras lideranças partidárias, mas não conseguiu maioria no diretório do PDT.
Com o rompimento, Izolda, inclusive, anunciou a desfiliação do PDT nesta semana após o episódio.
Por conta do racha no grupo governista, MDB, PP, PV e PCdoB decidiram seguir o ex-governador Camilo Santana e apoiar o PT no lançamento de uma candidatura própria ao Palácio.
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Durante a entrevista, Elmano reconheceu que as tratativas para fechar a chapa ainda estão em andamento, sem definição de quem será o vice e de quem serão o primeiro e segundo suplentes de Camilo na disputa por uma vaga no Senado.
"O nosso critério fundamental é que nós construamos (a chapa) de maneira dialogada com os partidos que vão compor nossa aliança. Eu estava numa reunião do PT dias atrás e nós dizíamos assim: o PDT rompeu conosco e o PT vai ter candidato. E o Camilo disse que não era esse o processo. E ele disse que a gente ia chamar todo os aliados e íamos juntos encontrar um nome. E é assim que estamos fazendo para a vice. E estamos avançando. Nós estamos discutindo com MDB, PP, PV e PCdoB temos tratativas com o PSDB e queremos avançar", frisou Elmano.
Na ocasião, Elmano culpou o "capricho" de Ciro e Roberto pelo rompimento da aliança, alegando que mais de 80 prefeitos tinham declarado apoio à pré-candidatura da governadora, além de lideranças partidárias. Levantamento do Diário do Nordeste contabilizou cerca de 60 apoios públicos à governadora na época da definição do PDT.
Nacionalização da disputa
Para Elmano de Freitas, a polarização entre os candidatos à Presidência da República deve refletir na eleição do Ceará. O petista, inclusive, disse que, se os candidatos no segundo turno fossem o presidente Jair Bolsonaro (PL) e candidato do PDT, Ciro Gomes, por exemplo, faria "campanha para derrotar o Bolsonaro".
O deputado alfinetou, ainda, o deputado federal Capitão Wagner (União), afirmando "ter certeza" de que "vamos derrotar o Capitão do Brasil e do Ceará" - alusão que Bolsonaro tem utilizado para se referir à dobradinha entre ele e Wagner nestas eleições.
"Nós temos um capitão no Brasil e no Ceará, e eu tenho certeza que nós vamos derrotar o Capitão do Brasil e do Ceará"