O que pode acontecer após STF tornar réus Bolsonaro e aliados? Entenda processo
O ex-presidente da República e outras sete pessoas são julgadas por tentativa de golpe orquestrada em 2022

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados se tornaram réus, nesta quarta-feira (26), pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento que trata da tentativa de golpe de Estado arquitetada pelo grupo em 2022, após as últimas eleições gerais.
A decisão ainda não representa um veredicto, apenas que os ministros, em unanimidade, identificaram indícios mínimos de crime nas denúncias contra o grupo apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Para a 1ª Turma do Supremo, a descrição dos fatos a respeito do chamado "núcleo 1" da trama golpista possibilita o contraditório e a ampla defesa e permite que eles sejam julgados em uma ação penal.
O que pode acontecer com os réus a partir de agora?
Com o recebimento da denúncia, o STF dará início à fase de instrução da ação penal.
Neste momento, tanto as defesas quanto o Ministério Público poderão apresentar provas, pedir diligências, debater teses de defesa e acusação e ouvir testemunhas, por exemplo.
Finalizada essa etapa, o Supremo julgará o mérito e decidirá se os réus serão condenados ou absolvidos dos crimes.
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Os réus poderão ser presos?
O STF pode solicitar prisões durante o andamento do processo, se entender que há risco à ordem pública, à instrução processual ou de fuga.
Outras medidas também podem ser analisadas pelos ministros, a depender da evolução do caso e do comportamento dos réus.
Caso seja condenado, o grupo poderá pagar penas que variam de acordo com o crime imputado — tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Outros efeitos civis e administrativos, como reparação de danos, perda de cargos e mandatos e inelegibilidade, também poderão ser aplicados.
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Quem são os réus no processo?
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do Brasil;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;
- Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.