Domingos Filho diz que seria "imaturo" querer interferir em escolha do PDT: "não fazemos vetos"
Presidente do PSD no Ceará afirma que foco da sigla é a vaga de vice na chapa governista, não em criar "cizânia" em outros partidos
Enquanto integrantes do PDT travam uma disputa interna sobre a candidatura ao Governo do Ceará, o presidente do PSD no Estado, o ex-vice-governador Domingos Filho, diz que seu partido está determinado a ser vice na chapa governista.
Para isso, uma das estratégias da sigla é se manter longe da discussão interna dos pedetistas, postura que diverge da adotada por outros dirigentes de partidos do arco de aliança, como PT, MDB e PP.
Veja também
Caciques políticos dessas três siglas já declararam, ao longo das últimas semanas, apoio ao PDT no Ceará, mas com a condição de que a candidata seja a atual governadora Izolda Cela (PDT), que tentaria a reeleição.
As falas dos dirigentes sinalizam que a aliança será inviabilizada caso a candidatura seja de algum dos outros três pré-candidatos da legenda: o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, o deputado federal Mauro Filho e o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão.
Sem cizânia
"Temos as melhores relações com todos os pré-candidatos, entendemos que é uma escolha do PDT e não seremos nós, sem sermos convidados, que iremos opinar, não temos por que favorecer ou estimular a cizânia de outro partido", disse Domingos Filho em entrevista ao Diário do Nordeste.
"Até porque seria imaturo, do ponto de vista político, estarmos pleiteando espaço de vice e querendo indicar por outro partido quem vai ser o candidato. Isso poderia transparecer como veto, nós não fazemos vetos na política"
Para integrantes do PDT, a postura do ex-senador Eunício Oliveira, do MDB, e do deputado estadual Zezinho Albuquerque, do PP, apoiando o nome de Izolda, soou como veto aos outros pré-candidatos. No caso do PT, alguns parlamentares da sigla falam abertamente, nos bastidores, sobre "veto" ao nome do ex-prefeito Roberto Cláudio. O ex-mandatário é adversário dos petistas em Fortaleza.
Veja também
Segundo Domingos Filho, apesar da posição dos dirigentes aliados, não há pressão para que o PSD manifeste apoio a alguns dos pré-candidatos do PDT. "Essas questões só se definem realmente mais lá para o final, nas convenções, lá para o fim de julho", disse.
Na última segunda-feira (26), o presidente do PSD participou de reunião com o ex-governador Camilo Santana. O político, no entanto, fez mistério sobre os assuntos tratados no encontro.
"Avaliamos os cenários, mas é praxe esse diálogo", disse. Uma semana antes, ex-vice-governador esteve com a governadora Izolda Cela, em reunião no Palácio da Abolição.