Com histórico de nomes experientes, entenda a disputa pela vaga única do Senado no Ceará em 2022
Cada Estado elegerá apenas um(a) senador(a) para oito anos de mandato
Enquanto o cenário das candidaturas ao Governo do Ceará está cada vez mais definido, as projeções para a disputa à única vaga ao Senado ainda seguem incertas.
Três partidos têm pré-candidaturas definidas no Estado. Uma delas é a do ex-governador Camilo Santana, que já foi definida pelo PT e deverá ser homologada em convenção estadual marcada para o dia 30 de julho junto com Elmano Freitas – nome da sigla cotado para sucessão estadual.
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Quem também já definiu pré-candidatura foi o Psol. Paulo Anacé deverá ter a candidatura homologada ao lado de Adelita Monteiro – pré-candidata à governadora – em convenção do partido agendada para o dia 5 de agosto.
Pelo lado da oposição ligada a Capitão Wagner (União), o PTB já definiu o nome do Pastor Paixão como pré-candidato. O diretório definiu no dia 9 de julho. A legenda, no entanto, ainda não garantiu aliança com o União Brasil.
As demais forças políticas cearenses precisarão discutir internamente a indicação antes da convenção. A Justiça Eleitoral determina que os partidos indiquem seus representantes até o dia 5 de agosto.
Debate
Depois do racha na aliança, o PDT precisará de um plano B para completar a chapa com Roberto Cláudio, candidato do partido ao Palácio da Abolição. Antes, pedetistas contavam com o nome de Camilo na chapa majoritária.
Nos bastidores, no entanto, o clima é de incerteza de quem assumirá a responsabilidade da candidatura, que terá como principal adversário o ex-governador petista.
Por outro lado, o assunto na oposição ligada a Capitão Wagner (União) praticamente não avançou nos últimos meses. À espera de pactuações, o pré-candidato a governador tem adiado a construção da chapa. O União Brasil chegou a lançar o empresário Ésio de Sousa em maio deste ano, mas recuou da pré-candidatura.
Dentro do grupo havia pelo menos quatro nomes que disputariam essa indicação: o vereador Inspetor Alberto, o empresário José Bardawil, o pastor Fernandes e o ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos.
Com a definição de que o PL indicará o vice na chapa de Capitão Wagner, a expectativa é que a pré-candidatura ao Senado seja articulada com outro partido que participe da aliança majoritária.
Questionado sobre o assunto, o pré-candidato a governador disse que está conversando com as siglas aliadas. Segundo ele, há "pré-candidatos" que estão cotados. O partido espera definir um nome nos próximos dias.
Pré-candidatos definidos
- Camilo Santana (PT)
- Paulo Anacé (Psol)
- Pastor Paixão (PTB)
Única vaga
Com 81 senadores da República em Brasília, as renovações dos mandatos ocorrem parcialmente a cada eleição. Neste ano de 2022, apenas 1/3 das cadeiras (27 no total) serão eleitas. Os outros 54 senadores têm mandato assegurado até 2026.
No Ceará, Eduardo Girão (Podemos) e Cid Gomes (PDT) não serão candidatos em outubro porque foram eleitos em 2018. Tasso Jereissati (PSDB), no entanto, precisaria concorrer novamente para renovar o mandato, mas tem dito aos aliados que não deve disputar a reeleição.
Desde 1990, os eleitos para essa única vaga no Ceará são nomes com experiência nas urnas. Na maioria, são parlamentares já experientes em cargos estaduais e federais.
Com a influência de Tasso Jereissati, o Ceará elegeu Beni Veras (PSDB) em 1990, com 35,46% dos votos válidos. Antes, Beni ocupava cargo na gestão estadual. Mais à frente, o tucano seria eleito vice-governador, ocupando a titularidade do cargo com a renúncia de Tasso em 2002 para concorrer ao Senado.
Oito anos depois, foi eleito Luiz Pontes (PSDB), com 43,41% dos votos válidos. Pontes já era parlamentar experiente, com mandato na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa do Ceará. Tanto Beni quanto Pontes foram eleitos vencendo Paes de Andrade.
Na Era Lula, a esquerda ganhou força no Ceará elegendo um comunista para a única vaga do Senado disputada em 2006. O então deputado federal Inácio Arruda (PCdoB) foi o escolhido pelos cearenses com 52,25% dos votos válidos. Foi uma disputa acirrada com o também parlamentar, à época, Moroni Torgan.
Em 2014, na chapa de Eunício Oliveira para o Governo do Estado, Tasso Jereissati (PSDB) conseguiu se eleger para o segundo mandato no Senado com 57,91% dos votos. O tucano derrotou Mauro Filho, o indicado do grupo liderado pelos irmãos Ferreira Gomes.