Legislativo Judiciário Executivo

Barroso evita comentar suspensão de visto dos EUA e ataques ao STF: 'Estamos cumprindo nosso papel'

Ministro também negou que tenha reagido à sanção usando a frase "sempre haverá Paris"

(Atualizado às 13:25)
Ministro Luís Roberto Barroso na mesa da OAB-CE
Legenda: Ministro Barroso durante palestra na OAB-CE
Foto: Thiago Gadelha

Três dias após ter o visto suspenso pelo governo dos Estados Unidos (EUA), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso, evitou comentar a crise envolvendo a mais alta Corte do Brasil e o presidente norte-americano Donald Trump. A sanção, aplicada em retaliação às investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve como alvo direto o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, “seus aliados” (que incluiu Barroso) e familiares.

O presidente do STF está no Ceará nesta segunda-feira (21), onde proferiu uma palestra na sede da Ordem dos Advogados do Brasil — Secção Ceará (OAB-CE). Questionado pela imprensa sobre como tem lidado com a crise, Barroso defendeu a cautela para lidar com a situação. Ele também negou que seja o autor da frase “sempre haverá Paris”, declaração que repercutiu na imprensa e foi atribuída ao magistrado.

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“Eu nunca disse que 'sempre haverá Paris'. Trato esse assunto com importância e seriedade, mas ainda não é hora de comentar”, afirmou.

O ministro foi questionado se ele e seus colegas irão recorrer da decisão do Governo dos EUA. “Esse é um assunto que nós não estamos comentando aqui, mas estamos observando os acontecimentos”, completou.

“Nós não estamos comentando esse assunto, estamos apenas cumprindo o nosso papel como a Constituição e a Legislação brasileira determinam”
Luis Roberto Barroso
Presidente do STF

Barroso também evitou fazer uma análise sobre a tentativa de interferência de Trump no Judiciário do Brasil. “Nós não estamos comentando esse assunto, estamos apenas cumprindo o nosso papel como a Constituição e a Legislação brasileira determinam”, concluiu.

Além de Moraes e Barroso, a decisão do governo Trump atinge: 

  • Edson Fachin, vice-presidente do STF;
  • Dias Toffoli;
  • Cristiano Zanin;
  • Flávio Dino;
  • Cármen Lúcia; e
  • Gilmar Mendes.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também recebeu a sanção. Já os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux foram poupados da decisão.

No sábado (19), o presidente Lula se manifestou sobre a revogação dos vistos. Em mensagem postada nas redes sociais, ele considerou o caso “mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”.

"A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações", concluiu Lula. 

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