Alckmin diz que prioridade é retirar tarifaço após encontro de Lula e Trump
Presidente em exercício avaliou reunião como "passo mais importante" da negociação comercial entre os dois países.
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (27) que o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump foi “o passo mais importante” nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, após meses de tensões e canais diplomáticos interrompidos.
“O mais importante foi feito, que foi o passo político — e feito com brilho. Agora é avançar na parte técnica e estabelecer a pauta de trabalho”, disse Alckmin a jornalistas.
O vice-presidente defendeu que a retirada do tarifaço de 40% sobre produtos brasileiros deve ser tratada como prioridade nas conversas bilaterais, classificando o tema como urgente.
“O prioritário é tirar os 40% [de sobretaxa]. Esse é o ponto central. Você tem setores do agro, da indústria, dos mais variados. Dos US$ 40 bilhões exportados no ano passado, 42% têm tarifa de zero a 10%; 24% estão na seção 232, na qual o mundo todo é tratado igual. Agora, 34% [das exportações] enfrentam 10% mais 40% de taxa. Isso afeta. Essa é a prioridade: reduzir essa alíquota para o setor mais atingido.”
Data centers e investimentos
Além das tarifas, Alckmin destacou que a pauta entre os dois países deve incluir temas não tarifários, como a instalação de data centers no Brasil.
Ele voltou a defender a aprovação, no Congresso, da Medida Provisória dos Data Centers, considerada pelo governo essencial para atrair investimentos internacionais.
“É importante aprovar a medida provisória, porque isso estabelece regras e atrai investimento. O Brasil tem energia abundante, renovável. Hoje, há falta de energia no mundo”, afirmou.
Segundo o presidente em exercício, os Estados Unidos ainda não apresentaram pedidos específicos nas negociações, mas há forte interesse do setor privado de ambos os países em estreitar relações comerciais e tecnológicas.
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Reaproximação política
Alckmin ressaltou que, embora não haja novas datas para reuniões bilaterais, a reaproximação política entre Brasil e Estados Unidos foi decisiva para destravar as tratativas.
“A reaproximação política entre as duas maiores democracias do Ocidente foi o ponto decisivo para que as negociações avancem”, concluiu.