Em articulação para disputar o Senado, Guimarães diz ter apoio de mais de 70 prefeitos

Lider do governo Lula na Câmara, o parlamentar está rodando o interior tentando articular a candidatura

Escrito por
Inácio Aguiar inacio.aguiar@svm.com.br
Legenda: Guimarães aposta no peso político partidário, no contato com o presidente Lula e no leque de apoios que tenta costurar no Ceará.
Foto: Davi Rocha

Na estrada e nos bastidores, o deputado federal José Guimarães (PT) tem apertado o passo na tentativa de garantir lugar na chapa majoritária governista em 2026. Líder do governo Lula na Câmara dos Deputados e uma das figuras mais influentes do PT no Estado, ele já assumiu, sem meias palavras, o projeto de ser candidato ao Senado, mas há questões ainda por serem resolvidas no grupo. 

Guimarães aposta no peso político partidário, no contato com o presidente Lula e no leque de apoios que tenta costurar no Ceará. Segundo ele, já são mais de 70 prefeitos cearenses engajados em sua pré-campanha. 

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A maratona de viagens pelo interior do Estado, que segue em meio às festividades de fim de ano, tem o objetivo de reforçar laços com lideranças municipais e mostrar musculatura política. Nos últimos dias, ele cumpriu agenda e municípios como Quixeramobim, Pedra Branca, Barro e Solonópole. 

Esse apoio local, embora ainda difuso e em fase de consolidação, é tratado por Guimarães como um trunfo diante da concorrência interna na base governista.

Disputa acirrada na base

No jogo pelas duas vagas ao Senado que estarão em disputa, além de Guimarães, há nomes com densidade eleitoral e cacife partidário: Cid Gomes e Júnior Mano, ambos do PSB; Chiquinho Feitosa (Republicanos); além de Eunício Oliveira (MDB), Moses Rodrigues (União Brasil) e Chagas Vieira, nome forte do governo ainda sem filiação partidária. 

A equação da chapa e a força do PT

O debate sobre a composição da chapa majoritária de 2026 está em ebulição, mesmo que ainda distante do calendário oficial. Uma das questões centrais é a quantidade de vagas que o PT terá na aliança que governa o Ceará.

Tanto o governador Elmano de Freitas quanto o ministro Camilo Santana, líderes do petismo cearense, têm evitado alimentar disputas internas. Publicamente, não desestimulam a postulação de Guimarães. No entanto, fazem questão de repetir que, como o partido já indicará o candidato ao governo, seria natural que as vagas ao Senado fossem distribuídas entre os aliados, como forma de manter a coesão do grupo.

Guimarães, por sua vez, trabalha para inverter essa lógica. Argumenta que, além de representar a força do partido no Estado, sua relação direta com o presidente Lula o colocaria como um nome estratégico na Câmara Alta, sobretudo num eventual segundo mandato do petista em 2026.

2026 pode exigir vinda de Lula

A movimentação do deputado petista é um dos focos de tensão a desafiar o comando do grupo governista no Ceará. São pelo menos 10 partidos com algum peso a serem contemplados numa chapa que tem apenas 4 cargos principais. 

Outro ponto a ser observado é o papel do presidente Lula nessa equação. O petista, que tem Guimarães como um dos homens de confiança no Congresso, poderá ser chamado a arbitrar a disputa no Ceará.