Bolsonaro passa por cirurgia para conter crises de soluços
O ex-presidente foi submetido ao bloqueio do nervo frênico.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por nova cirurgia neste sábado (27), desta vez relacionada ao tratamento de crises persistentes de soluço. A informação foi divulgada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) pelas redes sociais.
Em publicação, Michelle informou que Bolsonaro seria submetido ao bloqueio do nervo frênico, técnica indicada em casos específicos de soluços de difícil controle. “Meu amor acabou de ir para o centro cirúrgico para realizar o bloqueio do nervo frênico”, escreveu.
Na mesma mensagem, ela pediu apoio religioso aos seguidores. “Peço que intercedam em oração por mais esse procedimento, para que seja exitoso e traga alívio definitivo. Já são nove meses de luta e de angústia com soluços diários”, completou.
Há cerca de 1h, ela atualizou os seguidores sobre o estado do ex-presidente, informando que o procedimento havia sido concluído e que o esposo ficaria sob observação médica.
Saúde de Bolsonaro
O bloqueio do nervo frênico é um procedimento que reduz temporariamente a atividade do nervo responsável pelo controle do diafragma, ajudando a interromper soluços persistentes. A técnica é feita com anestesia local e envolve a aplicação de um medicamento próximo ao nervo, geralmente com auxílio de ultrassom.
De acordo com especialistas, o procedimento é indicado apenas quando os soluços não respondem aos tratamentos convencionais e passam a causar impacto clínico relevante na saúde do paciente.
As crises de soluço são apontadas como uma das principais queixas de saúde do ex-presidente. Na semana passada, uma perícia médica realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística avaliou a condição clínica de Bolsonaro e concluiu que o bloqueio do nervo frênico seria uma medida tecnicamente adequada, devendo ser realizada o quanto antes.
O laudo apontou “piora progressiva” do quadro de hérnia, possivelmente causada pelo “aumento da pressão intra-abdominal decorrente dos soluços e da tosse crônica”.
Na quinta-feira (25), Jair Bolsonaro já havia passado por uma cirurgia para o tratamento de uma hérnia inguinal bilateral. O procedimento foi solicitado pela defesa e autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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A operação teve duração aproximada de três horas e meia e ocorreu após avaliação médica que indicou a necessidade de intervenção para evitar agravamento do quadro clínico.
A hérnia inguinal, também conhecida como hérnia na virilha, ocorre quando tecidos do interior do abdômen atravessam um ponto de fraqueza da parede muscular, formando um abaulamento. Quando a condição se manifesta nos dois lados da região, recebe a denominação de bilateral.
No boletim médico divulgado na sexta-feira (26), a equipe do hospital informou que o ex-presidente passou por ajustes nas medicações utilizadas para o controle dos soluços e do refluxo gastroesofágico.
“Foram realizados ajustes das medicações para soluço e para doença do refluxo gastro-esofágico. No dia de hoje, não há previsão de novos exames complementares ou procedimentos”, escreveram os médicos no comunicado.
A internação de Jair Bolsonaro foi autorizada por Alexandre de Moraes para que ele pudesse se submeter tanto ao tratamento da hérnia inguinal bilateral quanto às crises de soluço.
Bolsonaro foi internado no hospital DF Star, em Brasília, na quarta-feira (24). Segundo a equipe médica que o acompanha, tratou-se de uma cirurgia eletiva, ou seja, sem caráter de urgência imediata, mas considerada importante para evitar a piora do estado de saúde.
Bolsonaro está preso
No âmbito judicial, Moraes também negou pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa, ao afirmar haver “total ausência dos requisitos legais” e mencionar “reiterados descumprimentos das medidas cautelares” e “atos concretos visando a fuga”.
Jair Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro, após violar a tornozeleira eletrônica que utilizava. Três dias depois, o ministro determinou o início do cumprimento de pena superior a 27 anos de reclusão no mesmo local.