Vale alimentação dura apenas 11 dias e trabalhador precisa pagar metade das refeições no mês

De acordo com análise da Sodexo, empresas do Ceará aumentaram o valor do benefício em 10,8% em 2023, mas o reajuste não contempla a alta de preços nos restaurantes

Escrito por Redação ,
Legenda: No ano passado, o benefício durava em média 13 dias
Foto: Kid Júnior

Em meio a um cenário de preços altos, o benefício de vale-alimentação não está durando o mês inteiro. De acordo com análise da Sodexo Benefícios e Incentivos, o vale está durando apenas 11 dias em 2023 para os trabalhadores do Ceará. 

Isso significa que metade das refeições do mês precisam ser pagas pelo trabalhador por conta própria, considerando que as empresas depositam o crédito para cerca de 22 dias úteis. Em 2022, o benefício tinha duração média de 13 dias. 

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Diante da alta dos preços, as empresas reajustaram o valor do vale-alimentação em média 10,8% no Ceará, segundo a Sodexo. Nacionalmente, o índice é de 15% e, considerando o Nordeste, o reajuste foi de 11,33% em 2023. 

Para a análise da redução da duração dos benefícios, foi considerado o valor médio de R$ 40,64 por refeição, de acordo com dados do último balanço divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). 

Refeições de menor qualidade 

Como o benefício de alimentação não chega até o final do mês, é comum que os trabalhadores busquem refeições de menor qualidade para diminuir o gasto do próprio salário, como sanduíches, salgados ou shakes. 

Para a nutricionista Soraia Batista, da Sodexo, isso traz consequências para a saúde e produtividade do trabalhador. 

"É importante reforçar que a jornada de trabalho requer uma alimentação que vai além da hora do almoço, como 'cafés' da manhã e da tarde. Então, se o profissional opta por um lanche como refeição, ou ele irá gastar mais do que o esperado durante à tarde ou ele optará por ficar com fome até chegar em casa, o que também não é saudável e impacta diretamente em sua concentração e rendimento", afirma.

Para economizar, ela indica optar por restaurantes por quilo, que permitem montar o prato de maneira equilibrada. O recomendado é investir em folhas e legumes, que pesam menos e trazem maior saciedade. 

Ela também indica evitar pedir bebida para economizar, mas se for um item essencial, optar pela água.  

Caso não tenha boas alternativas de restaurante por quilo perto do trabalho, a nutricionista recomenda frequentar estabelecimentos que forneçam refeição a la carte ou os populares pratos feitos (PFs) - neste caso, dividir o prato entre mais pessoas é uma ótima saída.  

 

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