Transnordestina deve dobrar volume de carga movimentada no Porto do Pecém

Num primeiro momento, a ferrovia terá capacidade para transportar 30 milhões de toneladas por ano, número que pode dobrar posteriormente

Escrito por Carolina Mesquita , carolina.mesquita@svm.com.br
Legenda: Maior parte da carga transportada pela Transnordestina terá o Porto do Pecém como destino final.
Foto: Carlos Marlon

A Transnordestina é considerada uma ferrovia estruturante, ou seja, será uma das principais vias de transporte na região em que perpassa. Além de se destacar pelo volume transportado, o projeto também deve gerar impacto econômico significativo nos equipamentos e negócios relacionados.

Um deles é o incremento na movimentação de carga no Porto do Pecém, ponto final da Transnordestina. A expectativa é que, após o início da operação, prevista para 2027, o volume movimento no terminal marítimo dobre.

A projeção é de Tufi Daher Filho, diretor-presidente da Transnordestina Logística S/A, empresa responsável pela construção da ferrovia. Em entrevista ao Diário do Nordeste, ele pontua que, atualmente, o Porto do Pecém movimenta cerca de 25 milhões de toneladas por ano.

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Num primeiro momento, a Transnordestina terá capacidade para transportar 30 milhões de toneladas por ano, número que pode dobrar posteriormente com o incremento do número de pátios.

"Uma parte da carga transportada pela ferrovia é para atender o mercado interno, mas a grande parte dela é para o Porto. A nossa expectativa, e a do Porto, é em pouquíssimo tempo duplicar a movimentação no Porto do Pecém", afirma Daher.

Atração de empresas

O porta-voz da Transnordestina Logística S/A também ressalta que, a partir da conclusão das obras e do início da operação, inúmeras empresas devem se instalar ao longo dos trilhos.

Isso porque a ferrovia oferecerá uma infraestrutura rápida e de baixo custo benefício para o transporte de insumos e o escoamento da produção dessas empresas.

O que acontece com toda essa região? Ela não tem empresas suficientes, porque você não tem um sistema logístico suficiente, confiável, para que as empresas possam se instalar. E o sistema logístico nunca se instalou porque não tinha empresas. Nós quebramos esse binômio negativo"
Tufi Daher Filho
Diretor-presidente da Transnordestina Logística S/A

Ele indica que, dessa forma, a geração de empregos será multiplicada.

"Eu tenho convicção que, mesmo o melhor estudo de mercado que a gente tenha feito, ele ainda é pé no chão, é pessimista diante do que vai acontecer", ressalta.

Tipos de carga

Daher detalha que os grãos deverão representar parte significativa dos volumes transportados pela ferrovia. Além deles, também devem utilizar o equipamento produtos em contêineres, gipsita, fertilizantes, combustíveis e cargas gerais.

A Transnordestina possuirá uma extensão de 1.210 km, ligando o município de Eliseu Marins (PI) ao Porto do Pecém (CE).

A velocidade máxima dos trens será de 80 km/h, de forma que uma viagem pelo percurso completo poderá ser feita em até um dia e meio.

Além disso, os trens da ferrovia terão até 104 vagões, que darão capacidade de transportar a mesma quantidade de carga que 260 carretas.

"Você imagina o custo disso, como vai ser baixo. Fora as estradas que acabam tendo um respiro, e elas precisam", argumenta o executivo.

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