CSN vai investir quase R$ 1 bilhão na Transnordestina em 2023
O montante deve custear a conclusão das obras que já estão em andamento, além do início das intervenções em outros quatro lotes
As obras da Transnordestina no Ceará devem receber investimentos de quase R$ 1 bilhão ao longo de 2023. Até o momento, mais de R$ 150 milhões já foram empregados.
A informação foi revelada em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste por Tufi Daher Filho, diretor-presidente da Transnordestina Logística S/A - empresa responsável pelo projeto.
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O montante deve custear a conclusão das obras que já estão em andamento, nos lotes que ligam Lavras da Mangabeira a Iguatu e deste à Acopiara, além do início das intervenções em outros quatro lotes, que seguem até Itapiúna.
A concretização da previsão, no entanto, ainda depende da liberação de parte dos recursos que irão financiar o investimento.
Origens dos investimentos
Daher explica que, após a reformulação dos projetos executivos da ferrovia e atualização do orçamento, o valor necessário para a conclusão total é de R$ 7,9 bilhões. Destes, R$ 3 bilhões são relativos a recursos próprios do Grupo CSN, ao qual pertence a Transnordestina Logística S/A.
Há cerca de dois anos, aproximadamente R$ 50 milhões de fonte própria do Grupo CSN vêm sendo investidos na Transnordestina.
Outros R$ 3,5 bilhões virão de um novo empréstimo a ser contratado através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).
Há ainda R$ 800 milhões relativos a um empréstimo, também contratado através do FDNE, antes da revisão do projeto. O executivo esclarece que a liberação desse valor está em andamento junto à Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e ao Banco do Nordeste (BNB), instituição financeira responsável pela oferação do FDNE.
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"Eu já falei com o presidente do BNB, Paulo Câmara, que prometeu dar toda atenção à liberação desses R$ 800 milhões. Este que é o primeiro recurso que tem que sair, porque é de um contrato existente, que a empresa é adiplente, tem todos os projetos aprovados", argumenta.
Daher detalha que o valor original desse empréstimo em questão foi de R$ 3,8 bilhões, divididos em oito liberações, das quais já saíram sete.
Conforme o diretor-presidente, a demora na resolução desse imbróglio passa pela avaliação dos técnicos do BNB, que estariam ainda com o projeto executivo e orçamento desatualizados.
Hoje, está tudo publicado no Diário Oficial da União. Os projetos executivos a ANTT já testou e publicou no DOU, o orçamento está publicado no DOU, o cronograma da obra está no DOU, tudo isso referendado pelo TCU por unanimidade. O que resta agora é se debruçar sobre isso, ver quais são as pendências, o que precisa de documentação, pra gente complementar e liberar esse recurso"
Esses recursos são considerados fundamentais para a contratação dos novos lotes e o cumprimento do cronograma das obras.
Uma quarta fonte de recurso que irá complementar os R$ 7,9 bilhões necessários para a conclusão da ferrovia está em negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 600 milhões.
Daher indica que a transação envolveria a recompra de cotas do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor). Para isso, o BNDES solicitou a análise do projeto para realizar a liberação.
O executivo destaca ainda que, caso os imbróglios envolvendo os recursos ainda pendentes sejam resolvidos com celeridade, a previsão de entrega total da ferrovia pode ser adiantada de 2027 para o fim de 2026.