Sistema B: iniciativa global que busca parâmetros para aplicar o ESG chega ao Ceará

Eventos e rodas de conversa entre os dias 22 e 25 de setembro discutem a atuação dos negócios de impacto e a certificação para Empresas B

Escrito por Redação ,
Legenda: Sistema B será assunto durante rodas de conversa e eventos entre os dias 22 e 25 de setembro
Foto: Divulgação

Com várias empresas tentando se adaptar às novas demandas ligadas ao ESG (termo em inglês para Governança ambiental, social e corporativa), a discussão pela mudança de cultura no mundo corporativo pode acabar sendo travada pela ausência de pontos e metas mais palpáveis. É esse cenário que o Sistema B tenta evitar ao apresentar um processo claro de redirecionamento das empresas, segundo apresentou Rodrigo Santini, diretor executivo no Brasil para a organização. O assunto será discutido entre os dias 22 e 25 de setembro, em eventos sobre a atuação dos negócios de impacto. 

Tendo destacado a importância dos mercados cearense e nordestino para o desenvolvimento de uma cultura socialmente mais sustentável no cenário empresarial brasileiro, Santini estará no Ceará nesta semana para discutir a implementação dos conceitos do Sistema B e a importância deles para as empresas locais. 

Segundo ele, o objetivo do Sistema B é dar suporte aos negócios durante um processo de transformação de governança social e ambiental, focando na construção de um mundo melhor a partir "dos desafios que nós já temos". 

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Metrificando objetivos

Ele destacou que o mercado internacional tem passado por transformações nos últimos anos e que muitas empresas estão sendo exigidas a criar culturas empresariais e produtos que dialoguem com que é de fato anunciado externamente. Santini destacou que, agora, não é possível apenas desenvolver um novo produto, é preciso focar nos impactos sociais e ambientais e como ele é apresentado. 

Essas práticas, muito relacionadas aos conceitos de ESG, contudo, demoram a se transformar em algo "mais palpável" nas empresas, algo que vem recebendo atuação do Sistema B, que trabalha para oferecer ferramentas e medidas práticas e mensuráveis para auxiliar negócios nessa transformação de paradigma. 

"O Sistema B compreende várias ferramentas e ajuda a nortear e entender a estratégia de ESG, mas promove questões as mudanças sistêmicas, como em políticas públicas para criar um ambiente corporativo para promover o aumento dessas empresas de impacto, seja pela mudança tributária ou outras soluções", disse Santini. 

Atualmente, o Brasil já conta com 253 empresas certificadas com o selo Empresa B. Na América Latina, são 900. No mundo, já são 5.371 negócios certificados. 

"Ainda existe um processo de conhecimento, mas é um processo de expansão do conhecimento. É preciso saber e conhecer as ferramentas, até porque o consumidor não está mais apenas em um único local ou ambiente de discussão e isso ultrapassa fronteiras. Muitas empresas que começam não tem uma visão clara do grau de impacto, e por nós damos suporte com um questionário e modelo que fornece modelos e métricas reais para auxiliar esses negócios", disse Santini. 

Impactos sociais 

De acordo com o executivo do Sistema B, essas transformações em governança e cultura social, com foco no impacto ambiental, pode trazer muitos reflexos positivos às empresas. A lista inclui desde uma integração maior ao mercado e comunidade da qual se faz parte, até elevar os níveis de retenção de talentos e desenvolvimento interno, que podem ser impulsionados pelo fortalecimento de diversidade. 

"A certificação em Empresa B não é o fim, até porque as empresas estão fazendo isso para criar uma cultura de impacto, para retenção de talentos, de desenvolvimento de produtos, até porque um dos aspectos é a diversidade que pode te ajudar a desenvolver novos produtos se você entende a sociedade que estamos inseridos atualmente, complexa e diversa. Ao entender que existe uma demanda de mercado, e você se baseia nos resultados, você entende que pode fazer muito mais, e isso gera impactos positivos que vão além da empresa", explicou Santini. 

Mudança de perspectiva 

Apesar das métricas e ferramentas apresentadas pelo Sistema B, Rodrigo Santini ressaltou que, além da iniciativa focada na cultura empresarial, é preciso que os executivos brasileiros também passem por um processo de ampliação de perspectivas relacionadas a essas novas práticas. 

De acordo com o executivo do Sistema B, não adianta a empresa vender um produto que venda uma ideia caso não haja transparência ou visões alinhadas internamente, pois pode reduzir o potencial perante a sociedade e gerar resultados indevidos no lado comercial. 

"Definitivamente, é a ampliação do olhar que conta. Como que eu posso ter um negócio que não pretende cooperar para construção de um mundo melhor? Se você não tem isso no seu projeto, o processo se torna frágil, a gente tem ideias que passam por filtros e se eu entendo que meu negócio tem um impacto, as coisas têm de ser congruentes. Se eu não integro, eu posso me conectar com fornecedores tóxicos ou que apoiem trabalho escravo, se não houver esse olhar completo, então esse processo se torna falho. Mas a nossa ferramenta ajuda a você ter essa ampliação do olhar", disse Santini. 

Para tentar auxiliar as empresas nessas transformações e a garantir a certificação de Empresa B, o Sistema B conta com uma ferramenta chamada de Bia (B Impact Assessemnt).

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