Shopee expande centros de distribuição no Nordeste; veja o que pode mudar para as entregas no Ceará
A empresa está expandindo os CDs e prevê ampliar em 40% a capilaridade em número de cidades
A plataforma de comércio eletrônico Shopee, pertencente à gigante asiática Sea, expandiu os centros de distribuição para o Nordeste do Brasil. Agora com dois galpões logísticos na região desde maio último, as encomendas da empresa podem chegar nas mãos dos consumidores do Ceará em até 24 horas, a depender da origem, conforme estimam especialistas.
No dia 12, a marca inaugurou as infraestruturas nas regiões metropolitanas de Recife (PE) e de Salvador (BA), totalizando oito equipamentos no País. Os demais estão instalados no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
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Segundo a Shopee, as novas operações aumentarão a capilaridade em mais de 40% em número de cidades e vão otimizar os processos, passando desde a coleta dos produtos até a entrega.
“A abertura dos novos centros de distribuição tem como objetivo melhorar a experiência dos lojistas e consumidores locais, habilitando uma nova opção logística, mais barata e ágil para os usuários”, informou ao Diário do Nordeste, por e-mail.
Questionada sobre como essa expansão impactaria, na prática, para a redução do prazo de entregas e no custo do frete, a empresa afirmou, por meio da assessoria, ter somente as informações acima para compartilhar.
Para o especialista em logística Daniel Cordeiro, esse movimento deve atender à demanda regional por remessas mais rápidas e eficientes.
“Recife é geograficamente muito central e um ponto estratégico. Pela sua localização, reduz o tempo significativamente. É possível falar de 24 horas para chegar nas principais capitais e cidades do interior do Nordeste”, projeta.
Ele ponderou, no entanto, sobre a dispersão de público em regiões mais remotas, sendo necessário ampliar o período.
Como o valor do frete pode ser afetado
Em relação à redução do valor do frete, Cordeiro observa que a empresa contabiliza elevação de custo fixo para manter a estrutura de armazenagem e funcionários. Nesse contexto, o repasse de tarifas mais baixas para o consumidor final pode ser inviável.
“É uma conta que precisa ser feita. O ganho de mercado são trocas pelo resultado, tanto de satisfação do cliente quanto na participação”, analisa, apontando como vantagem o “trade-off” (troca compensatória).
Ou seja, há um aumento de despesa para a plataforma de comércio eletrônico, mas o benefício de oferecer mais eficiência e agilidade é revertido em maior capilaridade no mercado local e fidelização do público.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado (Setcarce), Marcelo Maranhão, reitera a expectativa de prazo de um dia para as entregas no Ceará.
“Se estamos mais próximo, ganhamos velocidade. A grande maioria dos fretes é feito via área, sendo 24 horas o tempo suficiente para processar os pedidos, embarcar e entregar”, diz.
“A mercadoria continua com a mesma origem até os pontos de distribuição, chamados de última milha, ou seja, quando sai para a entrega. Por isso, não deve ter alterações de custo”, acrescenta.
Quais os planos da Shopee para o Ceará?
Segundo a Shopee, o Ceará representa 35% dos pedidos do Nordeste, além de ocupar o segundo lugar no ranking de estados nordestinos com mais vendedores locais, atrás somente da Bahia.
Dentre os itens mais pedidos pelos cearenses estão: fones de ouvido sem fio, máquina de cortar cabelo, escova alisadora, máquina de barbear e caixa de som. Na Capital, a plataforma de comércio eletrônico já possui um ponto de retirada de mercadorias para suprir essa demanda.
“Este ano, inclusive, já ampliamos o escopo de nossa operação do hub localizado em Fortaleza, que além de funcionar como espaço de primeira e última milha, agora também funciona como ponto de coleta para vendedores locais”, informou a empresa.
“Dessa forma, melhoramos a experiência de nossos vendedores, com uma logística mais ágil e eficiente para enviar seus pedidos por meio do Centro de Distribuição na região de Recife. Com esse movimento, esperamos suportar o desenvolvimento da região, permitindo um maior volume de vendas do estado para todo o Brasil”, completou.
Para as instalações dos galpões logísticos de Recife e Salvador, foi considerado o volume de pedidos de cada região e sua localização. Os dois novos espaços têm espaços de 10 mil m2 e 6 mil m2, respectivamente.
Eles funcionam na modalidade conhecida como cross-docking, em que as encomendas coletadas via parceiros logísticos são reorganizadas e direcionadas aos pontos de última milha para serem entregues ao consumidor final.