Procura por consórcios sobe no País; tendência é de crescimento

Uso da modalidade de compra para a aquisição de veículos, imóveis, eletrodomésticos e outros bens duráveis avançou no ano. Para especialistas, tendência é que mais pessoas participem de consórcios em 2021

Escrito por Redação , Quintelasamuel.quintela@svm.com.br
Legenda: Veículos leves e motos foram os destaques das compras por consórcio em 2020 segundo dados da Abac
Foto: Kid Junior

Segmento que cresceu durante o ano de 2020, os consórcios vêm atraindo mais pessoas no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), as empresas registraram em novembro passado uma alta de 4,9% em relação a igual período de 2019. Especialistas avaliam que esse movimento de evolução deverá se manter em 2021, consolidando a modalidade como uma boa opção para quem quer fugir dos juros de um financiamento.

De acordo com os dados da Abac, o número de participantes ativos no País passou de 7,35 milhões em novembro de 2019 para 7,71 milhões em novembro de 2020. Nessa comparação, apenas um segmento de produto comprado através de consórcios não apresentou alta no número de participações: motocicletas e motonetas, que retraiu 17,3% em um ano, de 2,71 milhões em novembro de 2019 para 2,24 milhões no mês passado. Contudo, as compras de veículos leves e pesados, imóveis e eletrodomésticos, eletrônicos e outros bens duráveis aumentaram no período analisado.

O Nordeste foi uma das principais regiões brasileiras a contribuir com esse desempenho, ficando entre as duas principais nas compras por consórcio tanto de veículos como de motocicletas, ambos novos e usados, conforme levantamento mais recente da Abac para o último mês de outubro deste ano.

Cenário econômico

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef), Luiz Antônio Trotta Miranda, os consórcios ficaram mais atrativos em 2020 por conta do baixo patamar no qual se encontra a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic.

Ele destacou que, por conta desse cenário de baixa rentabilidade nas opções de investimento em renda fixa, as pessoas estão migrando para a renda variável, como ações, ou buscando adquirir bens, como carros e imóveis.

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Ele ainda apontou que essa perspectiva de crescimento deverá se manter durante o próximo ano, já que a tendência é de manutenção da taxa Selic em 2021. Trotta destacou que o segmento de consórcios espera que o Banco Central faça apenas pequenos reajustes, levando a Selic ao patamar de 3%. A movimentação deve prejudicar o rendimento de financiamentos e elevar o potencial de consórcios.

"O crescimento foi forte em 2020. Os veículos leves e motos ainda são os mais comprados, mas os consórcios estão se diversificando. Podemos ver outras modalidades e isso pode fazer com que o setor cresça durante o ano de 2021 e a expectativa é termos uma nova alta", disse Trotta.

A opinião é corroborada pelo presidente do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon), Ricardo Coimbra, que ressaltou a importância de se pesquisar bastante sobre as taxas de administração das empresas que oferecem consórcio. Além disso, ele recomendou buscar com atenção informações sobre condições dos serviços e o histórico da empresa antes de adquirir cotas.

 

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