Presidente do Banco Central mostra preocupação com bets no Brasil e alerta para inadimplência

Campos Neto destaca que muitas pessoas de baixa renda, inclusive beneficiárias do Bolsa Família, estão entre os apostadores

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil
Legenda: Campos Neto é o presidente do Banco Central do Brasil
Foto: Divulgação/Agência Brasil/Marcello Casal Jr

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, demonstrou preocupação com as bets no Brasil, citando a percepção de uma piora "na ponta" no mercado de crédito do País, especialmente entre a população de renda mais baixa. Para ele, há uma possível relação entre esse cenário e o mercado das bets, as apostas esportivas no Brasil. 

Declaração foi dada na manhã desta terça-feira (24), em meio à Brazil Conference, organizada pelo Banco Safra, em São Paulo. Conforme Campos Neto, houve um aumento acima de 200% desde janeiro no valor que os jogadores fazem transações para empresas de bets por meio do Pix. 

Dentre o grupo dos apostadores, estão muitas pessoas de baixa renda, inclusive aquelas beneficiárias do programa Bolsa Família. "É um tema muito relevante e que tem sido falado sobre o comprometimento da renda das famílias nesses sites de apostas", disse.

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Por isso, o crescimento dessas casas de apostas — que afeta inclusive pessoas em situação de vulnerabilidade econômica — é uma questão que tem preocupado o Banco Central. Porém, Campos Neto declarou que o trabalho do BC nesse cenário é ajudar o governo e o congresso com dados sobre a situação.

"Uma coisa que tem gerado preocupação na ponta é que o crescimento é muito grande. A gente consegue mapear o que foi feito de Pix para esses sites de apostas e o crescimento de janeiro até hoje é muito grande".
Campos Neto
Presidente do Banco Central

"Já começamos a ter a percepção de um efeito disso bets sobre a inadimplência na ponta. O crédito segue muito bem e saudável, mas tem esses pontos de atenção", acrescentou.

Durante o evento, Campos Neto ainda destacou que a inflação segue preocupante no País, principalmente com o crescimento econômico acima do esperado e mercado de trabalho aquecido.

 

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