Mirante de Fortaleza: o que aconteceu com o projeto e por que nunca saiu do papel?

Equipamento faria parte de um Complexo na Praia Mansa. Dois governos já tentaram dar vazão à ideia, porém sem sucesso

Escrito por Redação ,
Legenda: Projeto que venceu o concurso “Ícone de Fortaleza” em 1999 seria distribuído em uma área de 35,8 hectares, sendo um complexo que incluía o que seria o símbolo da cidade: um mirante com 174 metros de altura, além de museus, um aquário e serviços de alimentação e hotelaria
Foto: Arquivo/Diário do Nordeste

Um mirante integrando um complexo de lazer na região da Praia Mansa, próximo ao Porto do Mucuripe, é mais um dos equipamentos que só existiu no campo das ideias de alguns empresários e entes do setor público. O projeto teve não apenas uma, mas duas oportunidades de se concretizar - o que acabou não acontecendo.

O primeiro projeto data de 1999, quando na época do governo Tasso Jereissati foi criado o Concurso Ícone de Fortaleza, que teve como vencedor o escritório de arquitetura Nasser Hissa Associados.

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O concurso fazia parte de um plano maior para urbanizar 23 quilômetros de orla marítima da Capital cearense, dividido em três áreas: Rio Enseada Turística e Parque Ecológico, Centro Histórico e Corredor Turístico Cultural e Polo Turístico do Mucuripe e Praia do Futuro.

Vontade política

Em matéria do Diário do Nordeste publicada em 2014, José Hissa, diretor do escritório vencedor do concurso, disse acreditar que o projeto não saiu do papel por falta de vontade política.

A matéria que contém a declaração de Hissa há oito anos tratava de uma segunda tentativa de construir um equipamento de lazer que reconfigurasse o perfil da Praia Mansa. Na época, era elaborado por um consórcio de cinco empresas - capitaneado pela Andrade Gutierrez - um projeto para um empreendimento turístico e cultural na mesma região que inicialmente abrigaria o ícone de Fortaleza.

Legenda: O primeiro projeto data de 1999, quando na época do governo Tasso Jereissati foi criado o Concurso Ícone de Fortaleza. O vencedor foi o escritório de arquitetura Nasser Hissa Associados
Foto: Arquivo/Diário do Nordeste

Esse segundo projeto, da época do governo Cid, foi orçado em US$ 350 milhões (R$ 800 milhões, considerando a cotação de 2014).

Na entrevista, o próprio José Hissa, apesar da não continuidade do primeiro projeto, havia se posicionado a favor da segunda ideia. “Qualquer iniciativa que dê uso à Praia Mansa, independente de ser igual a nossa proposta ou não, é importante que se faça”, disse o arquiteto.

Detalhes

O projeto que venceu o concurso “Ícone de Fortaleza” em 1999 seria distribuído em uma área de 35,8 hectares, sendo um complexo que incluía o que seria o símbolo da cidade: um mirante com 174 metros de altura, além de museus, um aquário e serviços de alimentação e hotelaria.

Em janeiro de 2013, a Secretaria do Turismo do Governo do Ceará retomou a ideia, ao receber o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) das empresas interessadas em participar do edital para a construção do Parque da Praia Mansa. A expectativa era de que o edital fosse publicado seis meses após a entrega do PMI.

Foi aí que o consórcio formado pelas empresas Marquise e Galvão Engenharia demonstrou interesse, mas desistiu, com a Andrade Gutierrez e mais cinco empresas assumindo o projeto, previsto para ser entregue em junho.

Em maio de 2014, o então governador, Cid Gomes, confirmou o interesse em uma parceria público-privada (PPP) para construção do complexo. Ele disse que, a partir da proposta, seria aberto um edital de concorrência pública, mas o projeto acabou não prosseguindo.

 

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