Indústria chinesa negocia investimento de R$ 5 milhões no Porto Seco de Quixeramobim
As informações foram dadas pelo CEO da Value Global Group, Ricardo Azevedo.
Uma empresa chinesa do ramo têxtil, que já atende clientes no Brasil, negocia para se instalar no futuro Complexo Logístico Industrial do Sertão Central, em Quixeramobim. O investimento inicial previsto é de R$ 5 milhões. A operação começará com um galpão alfandegário de 5 mil m², com possibilidade de expansão para até 15 mil m².
Esse galpão será usado para armazenagem de cargas e processos de despacho aduaneiro. A empresa deve ser instalada especificamente na área industrial que está sendo construída ao lado do futuro Porto Seco José Dias Macêdo e Zona de Processamento de Exportação (ZPE).
As informações foram dadas pelo CEO da Value Global Group, Ricardo Azevedo, durante a Expolog - Feira Internacional de Logística, que ocorre até quinta-feira (27), no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. O nome da companhia chinesa não foi divulgado por confidencialidade contratual.
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Como será a área industrial onde ficará essa empresa
A companhia do ramo têxtil será instalada em um parque industrial que está sendo planejado dentro da mesma área onde funcionará o Porto Seco José Dias Macêdo. Segundo Azevedo, a Value foi convidada a ser sócia de um grupo de capital familiar, reconhecido no mercado, para administrar esse parque industrial.
Com a expansão do projeto, a área inicial, que era de 362 hectares, poderá aumentar para 1.362 hectares, o equivalente a mais de 1,2 mil campos de futebol. Desse total, cerca de 800 hectares serão destinados à Zona de Processamento de Exportação (ZPE).
O empreendimento passa agora a ser chamado de Complexo Logístico Industrial do Sertão Central e poderá ser ampliado em mais 3 mil hectares, chegando a 4.362 hectares.
Azevedo explica que o complexo será construído em três fases, com conclusão prevista para 2028. Com essa expansão gradual, o investimento total, antes estimado em R$ 1 bilhão apenas para o Porto Seco, deve alcançar cerca de R$ 2,5 bilhões.
Atração de mais investimentos
O CEO da Value explica que o complexo industrial e ZPE surgiram da procura de empresas querendo se instalar nas proximidades do porto seco.
"Nossa área começou a ficar pequena. Muitas indústrias começaram a se procurar por conta dos incentivos fiscais que há na área. Por isso o projeto, que está na fase de término da terraplanagem, já foi expandido", disse.
Entre os segmentos interessados no empreendimento está o agroindustrial — já que os grãos da região do Matopiba (Tocantins e partes do Maranhão, Piauí e Bahia) serão transportados pela Transnordestina, passando pelo local.
Além do setor têxtil, há também tratativas com indústrias de ração animal, frigoríficos e grandes players de e-commerce e tecnologia, como, por exemplo, uma fábrica de drones.
“Essa empresa de drones importa muitos insumos, e a possibilidade de transporte rápido e de estar em uma ZPE tem atraído esses investidores", explica.
Outro ponto de interesse para o projeto são empresas de hidrogênio verde que pretendem chegar ao interior do Estado.
“Essa parte do H2V ainda é pequena, porque o foco é o Porto do Pecém, claro. Mas já há empresas conversando conosco para instalar ramais e estruturas nesse sentido”, reforça Azevedo.
O que um porto seco
Porto seco é um terminal logístico multimodal e multipropósito, que funciona como uma extensão integrada dos modais rodoviário, ferroviário e marítimo, otimizando os processos de exportação e aproveitando incentivos fiscais.