Home office: produtividade cresce até 50%
O trabalho remoto também apresenta redução de custos e aumenta a satisfação dos colaboradores
São Paulo. Você já pensou em exercer a função que desempenha para a empresa onde trabalha sem sair de casa em pelo menos alguns dias durante a semana? Apesar de não ser tão comum como em outros países, essa realidade já existe no Brasil, onde empresas de diversos segmentos adotam o home office, também conhecido como teletrabalho ou trabalho remoto. Gestores que aplicam esse modelo já constataram um aumento de até 50% na produtividade de seus funcionários.
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A diretora executiva da Brasil Labore, Mônica Carvalho, destaca que o tempo ganho devido à redução do deslocamentos de casa para o local de trabalho é preponderante para o aumento da produtividade de quem trabalham em home office. A representante da consultoria especializada em trabalho remoto foi uma das participantes do painel "A realidade do home office no Brasil", que aconteceu no último mês de junho durante a 25ª edição do Ciab Febraban.
O maior evento de tecnologia voltada para o mercado financeiro na América Latina também reuniu no painel dedicado ao tema a especialista em Recursos Humanos (RH) do Citi Brasil, Patrícia Fris, e o sócio da Global Collaboration Sales and Strategy da Cisco, Andrew Cammer.
Mônica Carvalho cita como uma das referências no home office a IBM, empresa da área de informática, que constatou aumento de 50% na produtividade de seus colaboradores após ter implementado o modelo.
Além do ganho de produtividade, a representante da Brasil Labore destaca que o trabalho remoto contribui para a redução do trânsito de veículos, problema bastante comum das ruas das capitais brasileiras, além de ser um importante instrumento de retenção dos profissionais mais talentosos nas empresas. "Quem entra para uma empresa que tem um modelo flexível de trabalho não sai mais", defende
Case de sucesso
O home office tem se apresentado como solução satisfatória para empresários e colaboradores. A especialista em RH do Citi Brasil, Patrícia Fris, destaca que, dentre os funcionários que passaram a integrar a rotina do home office implementada pelo banco, 83% disseram que aumentaram a satisfação com relação ao trabalho. O Citi também perguntou aos seus funcionários se apenas dois dias na semana de trabalho presencial seriam suficientes para conciliar as suas atividades pessoais com as exercidas pessoalmente no local de trabalho. Para o questionamento, 94% responderam "sim" e apenas 6% responderam "não".
Desde 2008, a instituição financeira mantém no Brasil um programa de horário flexível e teletrabalho chamado Citi Work Strategies. Hoje, o Citi trabalha com 579 pessoas em home office, o que representa 9,71% do total de funcionários.
Adesão
A adesão ao home office é crescente no Brasil. Segundo a consultoria Top Employers, a gestão de trabalho remoto em empresas brasileiras saltou de 6% para 14% entre 2013 e 2014. Entretanto, outra pesquisa, feita pela empresa de recrutamento especializado Robert Half, mostra que o Brasil ainda está muito atrás de outros países na aplicação desse modelo de trabalho.
Os dados, coletados entre junho e julho de 2014, consideraram a percepção de 1.475 diretores de RH de 10 países, sendo 100 deles do Brasil. No levantamento, o Brasil figurou em último lugar, onde foi registrada a adesão de 14% das empresas ao modelo. A Alemanha (40%) e a Holanda (40%) tiveram as maiores adesões ao trabalho remoto.
Dificuldades
Dentre as dificuldades para a implementação do trabalho remoto no País, está a legislação trabalhista brasileira, que ainda não é muito clara em relação ao assunto. Também é importante considerar o costume já consolidado no País de se exigir a presença dos funcionários no local de trabalho.
Murilo Viana*
Repórter
*O jornalista viajou a convite da Oi