Falta de incentivos fiscais pode atrasar chegada do 5G em áreas rurais, diz CEO da Brisanet

Roberto Nogueira recebeu os prefeitos de 8 cidades do Centro-Sul cearense para discutir implementação da rede de 5G

Escrito por Redação ,
Legenda: Sediada em Pereiro, interior do Cearáa, a Brisanet ganhou em 2021 o leilão do 5G na região do Nordeste.
Foto: Divulgação

A Brisanet se reuniu com prefeitos de 8 municípios da região Centro-Sul do Estado para tratar da adequação à Lei das Antenas e discutir a implementação e operação da rede de 5G na região. As áreas urbanas deverão ter o processo concluído ainda no terceiro trimestre deste ano, mas a zona rural, segundo o CEO empresa, Roberto Nogueira, ainda depende de incentivos fiscais do Governo do Estado para sair do papel. 

O presidente da empresa cearense explicou que o custo de operação do 5G nas zonas rurais chega a ser seis vezes maior em relação às áreas urbanas por conta da maior necessidade de torres. Menores que os equipamentos usados nas cidades, as torres do campo custam a metade do preço, mas precisam de um número maior de equipamentos para conseguir cobrir a área desejada. 

Isso pode acabar atrasando a implementação de projetos sociais do Estado e das prefeituras. 

Expectativa de operação para o 3º trimestre

"Hoje, tivemos a visita de um consórcio com cidades pequenas da região Centro-Sul, e todo mundo estava interessado em ter o 5G na cidade, e pela iniciativa e pelo que fizeram de agilizar a liberação das antenas, se prontificando para que a gente pudesse fornecer os serviços. E vamos atender essas cidades no terceiro trimestre teremos a operação completa nessas cidades na área urbana", disse Roberto. 

"Mas temos a demanda da área rural, e todas as cidades terão a dificuldade de conectar saúde e escolas em áreas rurais, para que a conectividade chegue na pequena agricultura. A área de telemedicina também é muito esperada e isso vai ajudar muito. Se um prefeito quiser conectar um aluno, colocando em tempo integral, você pode fazer isso de forma presencial e virtal à distância se o aluno estiver conectado na área rural. Agora, a conta simples: o investimento é grande para uma receita pequena", completou.

As cidades representadas no encontro foram Piquet Carneiro, Deputado Irapuan Pinheiro, Senador Pompeu, Milhã, Solonópole, Acopiara, Pedra Branca e Mombaça.

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Incentivos estaduais

Para operação ser viável financeiramente, Roberto Nogueira explicou que seria necessário contar com uma redução da cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na operação do setor de conectividade ou direcionado à própria empresa. 

"É o desejo de todos, mas o desafio é muito grande. Na cidade de Pereiro é uma torre na área urbana, mas e na área rural são 12, que custam a metade, então custa seis vezes mais para se criar na área rural e aí nenhum modelo de negócios se sustenta", defendeu.

Precisamos de incentivos do Estado, que facilitaria a implementação, mas não podemos. A área rural precisa de desoneração do ICMS, mas no futuro será atendido e vamos buscar com o Estado"
Roberto Nogueira
CEO da Brisanet

A Brisanet, segundo Roberto, já iniciou as tratativas com o Governo do Estado e deverá apresentar alguns projetos com modelos de redução tributária. O CEO da empresa ainda destacou o potencial de impulsão arrecadatório que a conexão por 5G na área rural poderia gerar. 

"Temos feito algumas apresentações levando a ideia e fomos bem recebidos. O Estado está muito empolgado, mas sabemos que o desafio é grande. Quando se fala em desoneração direta as coisas têm seu impacto, mas há uma compensação direta, até porque quando uma estrutura adentra na área urbana e rural, as transações passam a ser eletrônicas, e fica até mais fácil para o Estado arrecadar", explicou. 

emprego brisanet
Legenda: Grupo cearense contratou 4 mil profissionais somente em 2021
Foto: Divulgação

Implementação completa em 4 anos

Com a confirmação do plano de incentivos fiscais, a Brisanet levaria até 4 anos para ter um projeto completamente operacional nas zonas rurais, mas seis meses seriam suficientes para construir um "percentual bem significativo" dos equipamentos necessários.

"Em 6 meses após um acordo, um percentual bem significativo já estaria concluído. Mas o começo da operação é de imediato, e no máximo em 4 anos se tem tudo em operação", disse Roberto.

 

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