Fábrica de telhas de plástico que geram energia será inaugurada em 2023 no Ceará

O custo pode chegar a 40% a menos frente aos atuais preços dos painéis fotovoltaicos

Escrito por Redação ,
Telhas
Legenda: Telha da Telite consegue converter a energia solar em eletricidade com a adição do grafeno
Foto: Divulgação

A nova indústria de telhas de plástico da Telite tem o lançamento da pedra fundamental do empreendimento nesta quinta-feira (30), em solenidade no Quixadá, no interior do Ceará. 

Com investimento de R$ 15,5 milhões, a fábrica tem a previsão de gerar 100 empregos diretos e com expectativa de conclusão das obras em janeiro do próximo ano.

Essa indústria, que é uma das 78 startups da América Latina com o Selo IImpact, também comprará todo o lixo seco e irá separar e aproveitar o que é plástico, dando destinação econômica e ambiental aos demais itens, como, por exemplo, o vidro.

A ideia é que as obras sejam iniciadas em até 2 meses. Para o principal investidor da Telite, Almir Rezende, a escolha do Ceará para a instalação da obra foi estratégica. 

"O Ceará pode ser a porta para o Nordeste inteiro. Temos hoje uma produção limitada, porque a reciclagem de plástico é limitada à logística. Mas, a gente acha que no Ceará é possível ter um entreposto para distribuir para a região", afirma. 

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Como as telhas de plástico geram energia?

Com o acréscimo das pastilhas de grafeno, essas telhas poderão gerar energia elétrica a partir da luz do sol, semelhante ao que ocorre com painéis fotovoltaicos. No entanto, diferente dos painéis, as telhas podem ser uma opção com menor custo e maior sustentabilidade, é o que explica Leonardo Retto, CEO da empresa.

"Você não precisa ter um telhado pra colocar um painel em cima. A própria telha já é geradora de energia. Acoplou as pastilhas nela, ela mesmo já vai gerar. Então, eu costumo dizer que é produto muito sustentável. Além disso, você pode moer e refazer outro. Nós estamos estudando, inclusive, não fazer venda e sim fazer por aluguel, porque, por exemplo, daqui a vinte, trinta anos, a pessoa precisa mudar, nós entregamos uma telha solar nova, recolhemos aquela, vamos moer transformar em nova telha solar", esclarece.

O custo pode chegar a 40% a menos frente aos atuais preços dos painéis fotovoltaicos. "Como é muito fácil de aplicar e utilizar, ela pode chegar a ter 40% a menos de custo dos atuais painéis solares. E é isso que nós queríamos, fazer com que nossos públicos das classes B até a E possam adquirir as nossas telhas sustentáveis. Queremos dar acesso pra que as pessoas possam ter energia própria", afirma Leonardo Retto. 

O plástico a ser usado nas telhas será 100% reciclado, o que deve gerar demanda e renda para recicladores da região. "Vamos agregar os catadores na nossa operação. Eles viram agentes de coleta e automaticamente tem seus direitos garantidos. Vamos gerar a mão de obra qualificada na indústria plástica".

Almir Rezende também destaca a durabilidade e a estética das telhas. "A gente pega o plástico e vende como telha, as telhas vão para a parte superior das casas e duram 80 anos. São telhas bonitas, recicláveis, tem um conforto térmico legal", destaca.

Parceria com a UFC 

Leonardo afirma ainda que a Telite e a Universidade Federal do Ceará (UFC) de Quixadá firmarão parceria para um projeto de inovação que envolverá o desenvolvimento de um sistema de gestão de agendamento para coleta de resíduos recicláveis.

"É um projeto que fortalece a parceria entre a Universidade e empresas do Sertão Central e promove desenvolvimento tecnológico e impacto direto na qualidade do trabalho das pessoas que coletarão material reciclável para a Telite", afirma o executivo.

O investimento foi prospectado por meio do programa Pontes de Oportunidades para o Desenvolvimento (Pode), cujo objetivo é atrair negócios e desenvolvimento sustentável ao interior do Ceará.

“Uma das razões de a indústria ser instalada em Quixadá é o fato de lá existir um polo universitário e de que a indústria irá desenvolver, com universidades locais, uma tecnologia com grafeno para uma possível geração de energia elétrica da telha a partir do sol. Outra razão da vinda da indústria foi o programa Pode ,que reuniu as condições favoráveis do setor público com o indispensável apoio do governo do Estado e da Prefeitura de Quixadá”, diz o deputado Salmito Filho, idealizador do programa.

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