Exportação do setor químico cearense avança 132,5%
Puxado pelos resultados da australiana Nufarm, fabricante global de defensivos agrícolas, as exportações do setor químico no Estado do Ceará mais que dobraram (132,5%) no acumulado de janeiro a maio de 2017. Conforme dados do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), destacou-se também o aumento de 185,7% nas vendas externas para a Argentina no segmento.
De acordo com o presidente da Nufarm para a América Latina, Marcos Gaio, apesar de a produção da empresa na unidade de Maracanaú ser mais voltada ao mercado nacional, parte também é exportada, principalmente para Argentina e Chile. De acordo com ranking Melhores & Maiores, da revista Exame, a Nufarm está na 7ª posição entre os maiores grupos empresariais do Estado. "A nossa fábrica de Maracanaú é dedicada a atender o mercado brasileiro. Boa parte é exportada para estados do Centro-Sul, Norte, Nordeste. Os produtos que fabricamos atendem aos mercados da soja, do milho, do algodão. Embora a economia brasileira não venha crescendo muito, isso não acontece no agronegócio, que vem caminhando bem, vem crescendo, e não é diferente para a Nufarm", destaca Gaio.
O presidente afirma que a safra 2016/2017, que termina no fim deste mês, foi "espetacular" e que as expectativas são de que a próxima, que começa em julho, seja tão boa quanto.
"A temporada mais forte é a do segundo semestre e temos uma expectativa muito boa pela grande demanda de alimentos a nível global - o Brasil é um grande exportador de alimentos. Temos a expectativa de crescer, neste ano, de 3% a 5% no País", pontua o presidente.
"Nós temos (no Ceará) algumas empresas que estão exportando na área de produtos têxteis, de produtos químicos para tinta e temos os agroquímicos também. Então, realmente essas indústrias estão com um crescimento muito forte. Estão investindo muito nesse segmento, nessa área para exportação", acrescenta o presidente do Sindicato das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e da Destilação e Refinação de Petróleo do Ceará (Sindiquímica), Marcos Soares.
A depender dos esforços da entidade, os envios dos produtos cearenses do setor ao exterior irão crescer ainda mais nos próximos anos. "Estamos trabalhando em um projeto, juntamente com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), qualificando as empresas para elas terem potenciais para exportação", destaca ele.
Bebidas
Outro segmento que se sobressaiu nas exportações, segundo o CIN, foi o de bebidas, que registrou um aumento de 46,2%. Em 2016, as vendas ao exterior do setor somaram US$ 22,01 milhões enquanto em 2017 o volume de vendas atingiu o patamar de US$ 32,18 milhões. As importações também tiveram alta (22,1%), saindo de US$ 4,38 milhões para US$ 5,35 milhões. O saldo da balança comercial foi positivo com um total de US$ 26,83 milhões.
O estudo mostra também que, embora o resultado seja positivo, a participação do setor de bebidas na balança comercial do Ceará no acumulado do ano caiu de 5,58% para 3,90%. Os principais produtos exportados em 2017 foram sucos de frutas, não fermentados, sem adição de açúcar, com um volume de US$ 28,08 milhões. No ranking nacional, o Ceará é o segundo maior exportador do País.
Principais produtos
O segmento mais relevante na pauta das exportações do Estado é o metalmecânico, impactado pelo começo das operações da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Com isso, o peso do setor no total exportado pelo Ceará passou de 7,4% para 55,6%, por conta do aumento exponencial de 1.478,8% nas vendas externas. O Estado passou da 14ª posição para a 8ª no ranking dos principais setores exportadores do País.
Em segundo lugar, figura o setor de calçados, que conseguiu atingir um incremento de 10,5% nas exportações no acumulado deste ano , segundo o CIN.