Empresas cearenses têm potencial de exportar US$ 83,5 bilhões para 231 países, diz ApexBrasil
A ApexBrasil lançou o Núcleo do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex) em Fortaleza para orientar a entrada de 100 empresas no mercado internacional
Estudo realizado pela Agência Brasileira de Promoção a Exportações e Investimentos (ApexBrasil) indicou que há 4.026 oportunidades de exportação para empresas cearenses em 231 países, o que leva a um potencial de US$ 83,5 bilhões em exportações.
A pesquisa foi feita como base para a implantação do Núcleo do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex) em Fortaleza, programa lançado nessa quinta-feira (25) na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). A iniciativa capacitará 100 empresas para entrarem no mercado internacional.
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Esta é a terceira edição do Peiex no Ceará. Nos dois últimos lançamentos, entre 2008 e 2018, o programa atendeu 1.338 empreendedores.
Hoje o Ceará é o terceiro maior exportador do Nordeste e 14º do país, uma posição que pode subir com a orientação necessária, graças à localização geográfica do estado e à existência do Complexo de Pecém, além da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Ceará.
Exportação cearense
O diretor de negócios da ApexBrasil, Lucas Fiúza, chamou atenção no lançamento da parceria entre a agência e o Centro Internacional de Negócios (CIN) que o Ceará tem "todas as ferramentas" para se tornar um estado mais relevante em termos de exportações.
Segundo ele, em 2020, 310 empresas cearenses exportavam para outros países, um número que tende a crescer com a implantação do Peiex.
Apesar de a exportação cearense ainda ser pequena frente ao restante do país, ela segue em crescimento. Houve uma alta de 86,5% nas exportações para os Estados Unidos, principal parceiro comercial do estado, correspondente a 60% das vendas.
México (8,8%), Canadá (3,1%), Argentina (2,9%) e Holanda (2,5%) fecham os cinco principais parceiros comercias do Ceará.
Diversidade de áreas
Grande parte das exportações do Ceará hoje, 57%, são da área de siderurgia e minérios. Mas, para a gerente de competitividade da ApexBrasil, Deborah Rossoni existem outros mercados para serem explorados.
As indústrias de calçados, de geradores, de castanhas de caju e de lagostas congeladas também aparecem nas exportações do estado, mesmo que em menor porcentagem.
"A gente tem muitas oportunidades para trabalhar a exportação de pescados, de moda, calçados e têxteis, joias, frutas frescas e castanhas. Tem uma diversidade muito grande que hoje não tão é explorada. Praticamente toda essa produção vai para o mercado interno, mas a partir dos benefícios que a exportação pode trazer para as empresas, nós acreditamos que o estado do Ceará tem muito ainda a contribuir com a pauta brasileira", diz.
Ela considera que o que falta para as empresas cearenses exportarem mais é capacitação; e é por isso que o Peiex é tão importante.
"Eu acredito que o que a gente precisa fazer é trabalhar melhor a cultura exportadora. Mostrar para as empresas que, sim, é possível exportar, que não precisa ser uma grande empresa, uma multinacional, para começar a trabalhar com outros países. Que as empresas, mesmo as micro, têm potencial para trabalhar a exportação", destaca.