Dívida da Americanas a editoras de livros ultrapassa R$ 85 milhões
Documento lista déficits com grupos editoriais como a Companhia das Letras, Record e Intrínseca
A dívida da Americanas com pelo menos 76 editoras de livros no Brasil chega a mais de R$ 85 milhões, segundo a lista de credores da empresa, entregue nessa quarta-feira (25) à 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
No documento, estão listados déficits com grupos editoriais como a Companhia das Letras, Record e Intrínseca nos valores de R$ 7,2 milhões, R$ 6,8 milhões e R$ 5,9 milhões, respectivamente. O montante maior de dívidas da área é a Somos Educação, com R$ 14,2 milhões.
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Conforme a publicação, as editoras irão debater o assunto em uma reunião marcada com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), no próximo dia 8 de fevereiro.
Ainda na lista dos 7.720 credores apresentada à Justiça, constam desde bancos e fabricantes de chocolate a gigantes de tecnologia, como Facebook e Spotify. A varejista alega, no documento, que possui dívidas de R$ 41,231 bilhões no total.
ROMBO BILIONÁRIO
O rombo bilionário foi comunicado pela empresa em 11 de janeiro. O documento foi assinado pelo presidente executivo da empresa, Sérgio Rial, que estava no cargo havia apenas 15 dias. Ele renunciou da presidência em seguida.
O pedido de recuperação judicial solicitado no Brasil visa proteger a empresa dos efeitos da descoberta de financiamentos de compras na ordem de mais de R$ 40 bilhões em dívidas.
A decisão, segundo a Americanas, considerou os desafios que está enfrentando na interface com credores e fornecedores, desde revelação das inconsistências contábeis; a necessidade de atendimento dos interesses de seus credores, acionistas e 'stakeholders'; a posição de caixa que se reduziu sobremaneira; e a necessidade de preservação da continuidade da oferta de serviços de qualidade.
"O grupo de acionistas de referência informou ao presidente do conselho de administração que pretendem manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, - americanas.com - , da Ame e suas demais coligadas", diz a companhia no pedido.