Consumidores estão mais exigentes
Estabilidade da moeda proporcionou um mix cada vez maior de itens e marcas para um mesmo produto
Nesses 20 anos de real, avalia o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Severino Ramalho Neto, o consumidor se tornou mais exigente e consciente na hora da compra. "Criando, muitas vezes, forte identidade com determinada marca", explica. "Nesse contexto, o que se observa é que o consumidor evoluiu mais rápido do que as próprias lojas, exigindo das mesmas novas formas de comercializar", destaca.
Conforme diz, há 20 anos o varejo alimentício no Ceará comercializava em torno de quatro mil a cinco mil itens. Hoje, o setor quadruplicou essa quantidade, passando a ofertar aproximadamente 16 mil. "A estabilidade da moeda proporcionou a existência de um mix cada vez maior de produtos. Antes do real, o brasileiro encontrava apenas duas marcas de cerveja, por exemplo. Atualmente, são mais de 200 disponíveis. Portanto, a variedade é grande", afirma.
Lojas em evolução
Ao mesmo tempo em que a quantidade de produtos aumentou, observa Severino Neto, diversificou-se também os modelos de lojas que se instalaram no Estado. "Todas as grandes redes vieram para o Ceará, incluindo aí os diversos modelos por elas adotados, o que envolve produtos e serviços diferenciados. Isto dá conveniência ao atacado", relata o líder classista.
Vendas seguem crescendo
Não é à toa, explica o presidente da Acesu, que as vendas do setor de supermercados cresceram e continuam a crescer ano após ano, considerando essa nova realidade do mercado cearense.
"Aqui no Ceará, por exemplo, o ritmo de crescimento da economia passou a ser superior à média nacional. Uma espécie de recuperação das deficiências que tínhamos no passado. E esse vigor reflete-se na alimentação. Com mais emprego e poder aquisitivo, o cearense passou a consumir mais. A estabilidade provocou tudo isso", comemora.
Oportunidade no interior
A nova dinâmica econômica do interior, assim como acontece no restante do Brasil, conforme aponta o estudo da Nielsen, também aparece como oportunidade para o varejo cearense, confirma o presidente da Acesu.
"O crescimento das cidades menores tem proporcionado uma expansão das redes locais e também de fora que atuam no Estado. Atualmente, o interior tem peso grande no setor. Juazeiro e Crato, por exemplo, atrairam as grandes cadeias de supermercados nacionais", comenta Severino Neto. "Já nos demais municípios foram os supermercadistas locais que se expandiram. Todos esses lojistas estão satisfeitos com seus investimentos", conclui o presidente da Acesu. (ADJ)