Atlas do Capital Humano dá norte para políticas públicas e contratações de empresas

Lançado nesta quarta, o documento interativo traz informações sobre formação e perfil profissional dos fortalezenses

Escrito por Heloisa Vasconcelos , heloisa.vasconcelos@svm.com.br
Legenda: No segundo semestre deste ano será lançado o Atlas da Economia
Foto: Beatriz Bley/ Iplanfor

A Prefeitura de Fortaleza, por meio do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), lançou nesta quarta-feira (23) o Atlas do Capital Humano de Fortaleza. O documento mostra um panorama completo sobre a formação profissional na Capital, desde o ensino básico à pós-graduação. 

Os dados, que contemplam tanto ensino público como privado, pretendem servir como norte para a tomada de decisão de políticas públicas. As informações também ajudam empresas a identificarem setores com maior mão de obra e possibilita às instituições de ensino e terceiro setor focarem na capacitação em áreas desfalcadas. 

As informações estão disponíveis em plataformas interativas para público em geral. Esse é o primeiro atlas a ser lançado pela Prefeitura ao público; para o segundo semestre de 2022, está previsto o lançamento do Atlas da Economia

O evento de lançamento ocorreu na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e contou com palestra da presidente da Fundação Tide Setúbal, Neca Setúbal.

Raio-x do capital humano de Fortaleza 

Considerando a educação básica, Fortaleza possui 548.749 alunos, alocados em 1.217 escolas. A maioria delas, 716, são privadas. Mais da metade dos alunos estão matriculados no ensino fundamental. 

Ao todo, são ofertados 830 cursos profissionalizantes, com 24.816 alunos. As principais áreas são enfermagem, radiologia, informática e redes de computadores. Apenas 10% da formação profissional está nas áreas de engenharia, computação e tecnologia da informação, algumas das profissões com maior número de oportunidades hoje. 

Na educação superior são 627 cursos, com 142.432 alunos, espalhados em 38 instituições de ensino. Desses, 78% estão matriculados em bacharelados.  

Já na pós-graduação, são 10.676 alunos. As principais áreas são Ciências da Saúde, Ciências Humanas, Ciências Sociais e Aplicadas e Ciências Exatas e da Terra. 

Políticas públicas  

Para a coordenadora do Atlas, Elisângela Teixeira, os dados permitem à administração pública e às instituições de ensino focar esforços em áreas importantes que ainda não possuem tanta oferta de formação. O foco deve ser na área de tecnologia, para ambos os gêneros. 

“A computação, obviamente, é muito importante, a programação. E ela não é algo que seja das ciências exatas, de meninos, mais de meninos ou menos de meninas, mas isso tem que ser amplamente colocado em todos os cursos de graduação, de pós-graduação, de ensino profissionalizante, da educação profissional, porque é uma ferramenta básica que todo mundo precisa ter”, diz. 

O prefeito de Fortaleza, José Sarto, destaca que a Prefeitura deve focar as ações no que há de mais moderno na economia criativa. 

“A gente procura compatibilizar todas as nossas ações com o que existe de mais moderno na área de inovação. Fortaleza tem um programa pra juventude chamado, Juventude Digital, nós temos a Citinova que pensa muito nessa questão da capacitação da população feminina, temos um programa chamado Nossas Guerreiras, que é fantástico, que é um programa de microcrédito para mulheres que são chefes de família. O Iplanfor pensa essa nova economia, a economia criativa”, cita. 

Mercado de trabalho 

O vice-prefeito de Fortaleza e responsável pelo Iplanfor, Élcio Batista, ressalta que o conhecimento do capital humano da cidade é importante, inclusive, para manter empresas na capital. Essa noção deve ser ampliada no segundo semestre, com o lançamento do Atlas da Economia. 

Segundo ele, a Iplanfor também irá coletar dados com empresas para saber quais áreas tem maior necessidade de mão de obra.  

Quando você não tem um capital humano necessário para o desenvolvimento, que que acontece? Você tem que importar as pessoas, trazer as pessoas de fora. E uma empresa pode, por exemplo, não tomar uma decisão de ficar em Fortaleza, porque não tem capital humano, aqui é o contrário, a gente tá oferecendo para as empresas qual é o capital humano que a gente tem e a gente também vai coletar informações nas empresas em relação às dificuldades que ela tem de obter capital humano, para a gente formar as pessoas aqui na nossa cidade pra que elas aproveitem as oportunidades
Élcio Batista
vice-prefeito de Fortaleza

Com os dados em mãos, é possível colocar em prática ações focadas para o longo prazo, presentes no Fortaleza 2040.  

“Você começa a orientar a formação de capital humano, tanto a partir das universidades, mas também desde o ensino fundamental. Então, esse trabalho aqui é um trabalho relacionado com o planejamento para que a gente se desenvolva, pra que a gente tenha aqui na cidade de Fortaleza o capital humano necessário para o desenvolvimento da cidade”, afirma. 

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