Após tarifaço, Taurus avalia encerrar atividades no Brasil
Sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros que entrarem no mercado norte-americano começa a valer no dia 1º de agosto
A indústria de armas e munições deve ser uma das mais afetadas pelo tarifaço de 50% imposto sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump. A gigante Taurus, que recebeu benefícios significativos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é a que pode receber o maior impacto.
Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) obtidos pela BBC Brasil, cerca de 60% das exportações de armas e munições do Brasil tiveram como destino os EUA durante o ano passado.
Ao todo, o Brasil exportou quase R$ 3 bilhões em armas, munições e acessórios no ano passado, sendo 61,3% para os norte-americanos.
Entre os estados brasileiros que têm indústrias do setor, o Rio Grande do Sul tem a maior fatia, seguido de São Paulo.
Ao g1, o presidente-executivo da Taurus, Salesio Nuhs, disse que, caso a tarifa seja realmente aplicada, as instalações da indústria no Brasil serão desativadas e retornarão aos EUA.
A estimativa do executivo é de que cerca de 15 mil vagas de emprego sejam afetadas, considerando apenas o Rio Grande do Sul.
Tarifaço do Trump
No último dia 9 de julho, Trump anunciou a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros que entrarem no mercado norte-americano. A tarifa passa a valer a partir do dia 1º de agosto.
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Em um movimento intervencionista sobre a soberania do Brasil, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenando o tratamento dado a Bolsonaro como uma "vergonha internacional", acrescentando que o julgamento "não deveria estar acontecendo".
As críticas de Trump têm como alvo as sanções cautelares aplicadas pelo Judiciário brasileiro no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023.