Antes de busca e apreensão da PF, Bolsonaro agradeceu carta de Trump sobre 'tarifaço'
Na mensagem, o presidente dos Estados Unidos anunciou tarifas de 50% sobre o Brasil e disse que o País perseguia o aliado brasileiro
Na última publicação antes de ser alvo de uma operação da Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira (18), e ficar proibido de acessar as redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agradeceu a carta do líder dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a tarifa de 50% sobre o Brasil.
Na mensagem, o republicano disse que o território brasileiro deveria mudar de rumo e parar de perseguir o antigo mandatário. Em resposta na postagem, Bolsonaro disse ter "imensa gratidão" pelo apoio do aliado e afirmou que responde por um "crime inexistente". Ele é acusado de tentar dar um golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022, quando perdeu o pleito para Lula (PT).
"Recebi com muita alegria a sua carta pessoal endereçada a minha pessoa. Nela, vi a sua preocupação com a liberdade de expressão e também no tocante ao meu julgamento", inicia.
"Estou sendo julgado por um golpe de Estado dado num domingo, sem tropa, com a minha presença nos Estados Unidos. É algo completamente incrível, um crime inexistente", disse em referência aos atos de 8 de janeiro de 2023.
"Querem, na verdade, me alijar do processo político, alijar a maior liderança de direita da América Latina. Entendo que eleições sem oposição, isso sim é um golpe", teoriza Bolsonaro.
VEJA ÚLTIMA POSTAGEM DE BOLSONARO
Operação contra ex-presidente
O antigo mandatário brasileiro é alvo de uma ação da Polícia Federal, que realiza buscas na sua residência, em Brasília, e em outros endereços ligados a ele, conforme confirmaram seus advogados à jornalista Camila Bomfim, do portal g1.
Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que, segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, determinou ainda que Bolsonaro deverá:
- usar tornozeleira eletrônica;
- ser monitorado 24 horas;
- permanecer em casa entre 19h e 6h, assim como nos fins de semana;
- não acessar as redes sociais;
- não se comunicar com o filho Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos;
- não falar com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus ou investigados pelo STF.
Segundo informações da jornalista Natuza Nery, da GloboNews, um dos motivos para a determinação dos mandados seria o financiamento reconhecido de Jair Bolsonaro ao filho, Eduardo Bolsonaro, que teria recebido repasse de R$ 2 milhões do pai mesmo fora do Brasil.