No “Almoço do Governador”, Fiec presenteia Elmano com cesta de notícias
Ricardo Cavalcante, o anfitrião, revela que o Ceará é hoje líder nacional em vários setores da indústria
Hoje, sexta-feira, 12, o “almoço do governador”, tradicional evento promovido no mês de dezembro pela Federação das Indústrias (Fiec) para estreitar as relações do setor produtivo com o governo do Estado, teve, na versão 2025, um detalhe inédito: o anfitrião, Ricardo Cavalcante, presidente da entidade, transmitiu, como presente natalino, ao governador Elmano de Freitas, uma robusta cesta de boas notícias.
Eis algumas delas, anunciadas em alta voz e bom som e ouvidas com atenção e sob aplausos dos 500 convidados presentes:
“Nos últimos 35 anos, de 1990 a 2025, o Ceará teve um crescimento populacional de 38%. No mesmo período, os empregos da indústria cresceram 209%, saltando de 125 mil para 390 mil empregos.
“Além disso, é importante ressaltar que o número de estabelecimentos industriais, entre micro, pequenas, médias e grandes empresas, passou de 3.717 para 18.977, um crescimento de 410% no período.
“No tocante à internacionalização, de 1990 para 2025, o Ceará deu um salto de escala e sofisticação. Nossa pauta de exportação saiu de 319 produtos para 1.709. Um crescimento de 436%.
“Em valores, avançamos de 231 milhões de dólares, em 1990, para 2,1 bilhões de dólares em 2025, um crescimento de 800%, fazendo com que os produtos cearenses chegassem a 147 países.
“Esta é a prova de que a nossa pauta de exportação hoje combina tradição com inovação, tecnologia e inserção em cadeias globais cada vez mais exigentes.
“Hoje, somos o 1º lugar no Brasil em exportação de cocos verdes, castanhas de caju, pescados e cera de carnaúba; o 2º lugar em calçados e pedras ornamentais; e o 3º maior exportador de placas de aço e de equipamentos para energia eólica.
Este é um sinal claro de uma indústria que ganhou densidade, ampliou mercados e passou a exportar não só volume, mas também complexidade e valor agregado.
Empresarialmente, o Ceará vem mostrando uma força cada vez mais decisiva. Empresários cearenses lideram mercados estratégicos no País, como água mineral, café, energias renováveis, moagem de trigo e massas, combinando competitividade com capacidade de escala.
“E esse dinamismo aparece com ainda mais clareza no emprego e na estrutura produtiva: nos últimos cinco anos, o Ceará saltou de 5º para 3º maior polo de moda do Brasil (calçados, confecções e têxtil), sustentando 126 mil empregos formais e respondendo por 11% dos empregos nacionais na indústria da moda.
“No mesmo período, avançamos de 6º lugar para a liderança nacional em moagem de trigo e derivados.
“E no recorte regional o Ceará firma-se como maior polo do Nordeste em água mineral e refrigerantes, além de liderar também na fabricação de fogões e geladeiras, em pás eólicas e equipamentos de geração e distribuição de energia, cimento, produtos farmacêuticos, tintas e vernizes, defensivos agrícolas, sucos e conservas de frutas e reciclagem, um retrato claro de diversificação e densidade industrial.
“E como cereja do bolo, é importante que todos saibam e tenham orgulho de que hoje 10% de todo o aço produzido no Brasil é cearense.
“No âmbito da energia, aqui vale lembrar que nos últimos 12 anos o Nordeste passou de quarto maior produtor de energia no país para o segundo lugar. Um feito extraordinário.
“Na década de noventa, produzia-se praticamente nada de energia elétrica no Ceará. Hoje, como resultado de um trabalho pioneiro e continuado, possuímos um robusto parque gerador e somos exportadores.
“É importante destacar ainda que 80% da eletricidade produzida no estado são renováveis, o que confirma a certeza da nossa caminhada em prol da transição energética.
“Mas, para que possamos otimizar o uso da energia renovável, e contribuir para a redução dos cortes de geração, não precisamos inventar algo novo, basta adotar a solução que vem sendo implantada no mundo todo, que são os sistemas de armazenamento de energia por baterias.”
O discurso de Ricardo Cavalcante foi aplaudido com entusiasmo pelo auditório e, principalmente, pelo governador Elmano de Freitas, que agora dispõe de mais informações positivas para agregar ao seu discurso eleitoral em 2026.
Antes do início do almoço, o governador e seu anfitrião concederam entrevista coletiva à imprensa, abordando diversos assuntos políticos e administrativos. Os dois chegaram juntos ao amplo hall do andar térreo da Casa da Indústria, preparado – com ar-condicionado – especialmente para o evento. Três minutos antes, chegaram juntos, abraçados, os ex-presidentes da Fiec Beto Studart, Jorge Parente e Fernando Cirino. Em seguida, o empresário Cristiano Maia.
Mais adiante, perto do palco onde aconteceram os discursos, estavam reunidos os empresários Carlos Prado e seu filho Tom Prado com o agroindustrial Everardo Telles e sua filha Aline. Tom Prado revelou a eles que sua Itaueira Agropecuária está lançando um camarão especial, com a marca Rei, com 40 a 50 gramas de peso, que já está sendo comercializado nas grandes de supermercados do Sudeste brasileiro.
Numa mesa ao lado, o desembargador federal Cid Marcone contava, feliz da vida, que acabara de concluir um curso de desenvolvedor de sistema na área da Tecnologia da Informação. “Agora, estou pronto para rechaçar qualquer invasão de hackers”, dizia ele a quem o ouvia.
Na mesa Nº 1, o empresário Honório Pinheiro trocava palavras com Amílcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Faec) e com Alci Porto, diretor técnico do Sebrae-Ceará, e Maurício Filizola, recém-eleito presidente da Câmara de Dirigentes de Fortaleza (CDL), cujo atual presidente, Assis Cavalcante, circulava de mesa em mesa, cumprimentando empresários e autoridades.
Carlos Maia, sócio e diretor da Termaco, grande empresa de logística do Ceará, trocava palavras com Danilo Serpa, presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), que anunciava: a GM produzirá no Polo Automotivo de Horizonte um segundo carro elétrico, cujo modelo será brevemente anunciado. Carlos Maia, por sua vez, elogiava a direção do Porto do Pecém, que fechará este ano com movimentação recorde de cerca de 20 milhões de toneladas de carga neste ano.
José Carlos Pontes, um dos dois fundadores do Grupo Marquise (o outro é Erivaldo Arraes), sorria de orelha a orelha, transmitindo boas notícias do desenvolvimento das obras de construção de quase todos os trechos da Ferrovia Transnordestina. Essas obras são executadas pela Marquise Infraestrutura, uma das empresas do grupo. A propósito: o Ibama emitiu a licença de operação, com o que os trens da Transnordestina poderão circular, transportando mercadorias, principalmente soja, milho e minério, desde o Piauí até Iguatu, na região do Ceará.
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