Estado deve acelerar crescimento econômico com nova metodologia a partir de 2022

Conforme o secretário Mauro Benevides Filho, o PIB do Ceará deverá passar da proporção de 2,27% do PIB do Brasil para 2,5% nos próximos 3 anos

O Ceará terá novas diretrizes de crescimento econômico a partir do próximo ano, buscando uma evolução mais rápida e socialmente equilibrada. A informação foi confirmada pelo secretário de planejamento e gestão do Governo do Estado, Mauro Benevides Filho, que destacou o potencial para o Produto Interno Bruto (PIB) local chegar à proporção de 2,5% do resultado nacional ainda nos próximos 3 anos. 

O dado representaria a conquista de uma meta antiga da gestão pública e um incremento de 0,23% ponto percentual ante o patamar de 2,27% atingido em 2020, resultado que representa o maior já registrado para série história do PIB marcada desde 1939. 

Segundo Mauro Benevides Filho, esse novo programa de desenvolvimento ainda deverá acelerar o processo de equiparação entre a porcentagem de população em relação ao PIB entre Ceará e Brasil nos próximos 15 anos. Atualmente, o Estado conta com 4,5% da população do País, mas apenas 2,27% da geração de riquezas. 

Apesar de não haver um prazo delimitado para que o PIB cearense salte do patamar atual para a projeção de 4,5% do PIB do Brasil, o titular da Seplag afirmou que o processo deverá ser mais rápido, além de ter um novo foco. 

"O que nos era cobrado pelo governador Camilo era sair do foco só do crescimento econômico, e atingimos em 2020 a maior porcentagem do tamanho do nosso PIB como proporção do brasileiro desde 1939 até hoje, e dar outro enfoque. Estamos preocupados simultaneamente de ter um crescimento inclusivo, fazendo com que, ao mesmo que a gente cresça, reduzamos pobreza e desigualdades. E isso que vai fazer o Ceará vai despontar nacionalmente", disse o secretário. 

Investimentos em 2021 

Os resultados da economia cearense, que vem crescendo em um ritmo superior à nacional ainda deverão proporcionar um crescimento dos investimentos públicos realizados pelo Governo do Estado na comparação entre 2020 e 2021. 

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), entre 2010 e 2020, o PIB do Ceará cresceu 16,5% contra 10,2% para o Brasil. 

Essa evolução proporcionou ao Estado fazer um investimento de R$ 2,48 bilhões no ano passado e deve elevar esse número para um patamar acima dos R$ 3 bilhões em 2021, segundo Mauro Benevides. 

Nós vamos ter aqui uma matriz de insumo-produto, que é um instrumento para medir o impacto de um setor em outro ou terceiro. Poderemos fazer uma escolha de onde melhor aplicar o investimento a partir desses efeitos", disse.
Mauro Benevides Filho
secretário de planejamento e gestão do Estado

"Associados a essa matriz, teremos um modelo de equilíbrio geral para avaliar como as políticas nacionais rebatem na economia do Ceará. Vamos saber antecipadamente como altas do câmbio e da Selic vão chegar no Ceará. E somente o Governo do Ceará terá esse modelo", completou. 

Elevação da renda média

A partir dessas novas ferramentas e métodos, a Seplag também espera elevar a renda média da população cearense, que vem indicando uma tendência de alta nos últimos anos, mas representa apenas metade da média nacional.  

"A renda média do Ceará, apesar de ter crescido, ainda é 50% da média nacional, e com essa troca de metodologia vamos elevar a renda média do trabalhador cearense, que é outro foco fundamental desse modelo. E culminamos esse projeto com a conectividade dos 184 municípios do Estado, porque vamos conectar todas as cidades com fibra ótica, e isso é economia", comentou o secretário. 

Novos resultados de saúde

O secretário de planejamento do Estado também confirmou que o Ceará terá um novo modelo de aferição dos dados de saúde a partir do próximo ano, que deverá levar em consideração os resultados individuais de cada município aliado ao desempenho da localidade ou região do Estado. 

Esses novos parâmetros, além de buscar um avanço nos números da Saúde, servirão como base para os repasses referentes aos recursos arrecadados pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

"Será uma metodologia diferenciada, e as cidades serão medidas pelo resultado individual e pelo da região, então os prefeitos deverão estar em contato com os vizinhos para que a gente possa produzir os melhores resultados e isso vai proporcionar uma maior receita e arrecadação. São mudanças profundas que esse novo projeto de crescimento traz, com inclusão da população, que é o estamos buscando com essas tarefas e projetos", explicou.