A governadora Izolda Cela decretou nesta quinta-feira (14) a desobrigação do uso de máscaras em locais fechados em todo o Ceará. A medida, que começa a valer já a partir desta sexta-feira (15), era uma demanda dos setores econômicos e foi vista como positiva pelos empresários cearenses.
O uso permanece obrigatório em equipamentos de saúde, como hospitais, policlínicas e postos, e veículos de transporte público.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Ceará, Taiene Righetto, afirmou que o setor está “muito feliz de que isso esteja acontecendo”. “Esse foi um pedido que fizemos há algum tempo ao Comitê e traz uma perspectiva de que as coisas estão melhores”, diz.
“Em janeiro, foi um prejuízo grande, então, a mensagem que vem dessa liberação, mais que qualquer parte técnica, é que a gente tem uma perspectiva boa pro segundo semestre. Traz uma confiança aos empreendedores do setor de que é possível fazer investimentos e até abertura de novos negócios”.
Além disso, Righetto afirma que o novo decreto traz alívio ao setor quanto à fiscalização do cumprimento das medidas sanitárias. De acordo com ele, tornou-se muito difícil monitorar a população com relação ao uso das máscaras e havia preocupação em levar multas.
“Vai trazer mais tranquilidade para focarmos na reconstrução dos nossos negócios e ainda digo que é muito plausível que o uso das máscaras se mantém nos hospitais e nos transportes públicos, isso mostra que os bares e restaurantes não são um vetor da doença”, acrescenta.
‘Vencendo a pandemia’
O presidente da Abrasel destaca ainda que a medida pode impulsionar a economia, gerando mais movimentação nos bares e restaurantes. Para ele, é um marco de que “estamos vencendo a pandemia. As pessoas têm que entender que essa liberdade só é possível com a vacinação”.
Contudo, para Righetto, o passaporte sanitário, que ainda é cobrado em alguns estabelecimentos, traz pressão do cliente para o setor, pois, segundo ele, é difícil de alguns consumidores compreenderem a exigência.
"A obrigatoriedade do passaporte se torna mais difícil com a liberação da máscara, por isso nosso pedido agora é que a gente consiga juntos construir algo nesse sentido da liberação", pontua.
Impacto será pequeno
Apesar de ver como uma medida positiva para a economia, o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE), Freitas Cordeiro, explica que o impacto da liberação para o comércio não será tão significativo.
À medida que as medidas foram afrouxando, o consumidor foi perdendo o temor, então acho que o impacto será muito pequeno. Eu acredito que ainda vamos ver muita gente usando a máscara, por uma questão de precaução”.
Segundo Cordeiro, a medida veio em uma boa hora, mas ainda requer cautela e certos cuidados, além disso, afirma que o momento tem sido de recuperação para o setor.
“Acredito que vamos crescer nos próximos meses, porque havia uma demanda represada, o que precisamos recuperar são os empregos. Se isso for retomado, aí todo mundo cresce junto, precisamos recuperar a renda, é ela que faz movimentar toda a economia”, pondera.
Eventos corporativos se beneficiam
Outro setor que deve ser impactado com a medida é o de eventos. De acordo com a presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins do Estado do Ceará (Sindieventos-CE), Stella Pavan, os eventos corporativos serão os maiores beneficiados.
No caso dos eventos corporativos, que ainda não retomaram como os sociais, o uso de máscaras ainda era obrigatório, assim como outros protocolos sanitários. A partir de agora vamos realmente mostrar o rosto, acho que isso vai dar uma proximidade maior, um calor humano. Para um evento presencial, é a melhor notícia que poderíamos ter”.
Pavan destaca ainda que as exigências para os eventos corporativos são muitas, tanto para quem trabalha quanto para quem vai, então a liberação deve gerar mais negócios incentivando, inclusive, as contratações.
A presidente do Sindieventos-CE conta que a situação do setor tem melhorado, já que houve uma corrida no final do ano passado para a realização de eventos sociais, mas os corporativos ainda estão em retomada.
"A mão de obra está um pouco escassa, então até agora para abrir vagas vai ser mais facilitado, porque as pessoas vão se sentir mais seguras. Certamente agora a gente espera gerar muitos negócios, mesmo om os avanços tecnológicos, nada substitui o toque, o olho no olho", finaliza.