Delegados da PF acusam Guedes e senadores de perseguição após previsão de congelamento de salário

Em comunicado interno, a ADPF falou em perseguição e disse ter informações de que Paulo Guedes tenha sido o responsável pela exclusão, com apoio do Senado

Escrito por Folhapress ,
Legenda: O projeto articulado por Guedes prevê congelamento de salários e auxílios para servidores, mas excluiu funcionários da saúde e da segurança pública da medida, deixando a PF de fora
Foto: Foto: Agência Brasil

Texto aprovado no Senado neste sábado (2) do socorro federal a estados e municípios causou irritação na Polícia Federal.

O projeto prevê congelamento de salários e auxílios para servidores, mas excluiu funcionários da saúde e da segurança pública da medida.​

A PF ficou de fora, no entanto - apenas forças policias estaduais vão ser beneficiadas, caso o projeto passe do jeito que está na Câmara e seja sancionado pelo presidente da República.

Em comunicado interno, a ADPF (Associação de Delegados da Polícia Federal) falou em perseguição e disse ter informações de que Paulo Guedes (Economia) tenha sido o responsável pela exclusão, com apoio do Senado.

De última hora, as Forças Armadas entraram na lista de exceção, não havendo impedimento de eventuais aumentos à coorporação nos próximos 18 meses.

Segundo parlamentares, não havia nenhuma previsão de inclusão dos militares e a expectativa era a de que a PF fosse contemplada.

"Segundo informações, o ministro Guedes não teria aceitado que a Polícia Federal estivesse incluída na proteção e teria vetado que os servidores da União tivessem tratamento similar aos dos demais entes. Ao passo que as Forças Armadas, que são federais, foram protegidas", diz o comunicado enviado para associados da ADPF.

"Portanto, uma vez mais, a exemplo do que ocorreu na reforma da previdência, Guedes trata de forma inconstitucional os iguais de forma diferente. E, o que é mais lamentável, conta com o apoio do Senado.

Por que essa perseguição aos servidores da Polícia Federal?", acrescenta a entidade.

A ADPF pede aos policias associados que conversem com deputados na próxima semana, no sentido de convencê-los a mudar o texto.

O projeto foi aprovado pelo Senado no sábado (2) e vai para apreciação da Câmara. Se houver substituições, volta de novo para os senadores. Só após passar pelas duas Casas a medida será encaminhada para sanção.

"Não há qualquer justificativa para que servidores na mesma condição tenham tratamento diferente. Não há qualquer explicação para esse tratamento discriminatório dado à Polícia Federal. Ou há?", termina o comunicado da ADPF.

A Polícia Rodoviária Federal também ficou de fora da lista de exceção.

Políticos do centrão, do PT, integrantes do Judiciário estão unidos ao presidente Jair Bolsonaro em uma espécie de um movimento contra a Polícia Federal.

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