Uece descobre óleo essencial para o tratamento de diabetes

A pesquisa é inédita e conta com autoria dos pesquisadores Francisco Walber Silva, Vânia Ceccatto, Aline Alice Albuquerque, Morgana Oquendo, Flávio Henrique Macedo, Kerly Shamyra Alves, José Henrique Leal Cardoso e Andrelina Souza

Escrito por Redação ,
Fachada da Uece
Legenda: Pesquisa foi desenvolvida na Uece
Foto: Divulgação

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) obteve a aprovação da sua quarta carta-patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para um óleo essencial que pode tratar diabetes. A pesquisa possui o título "Uso de extrato de plantas do gênero croton, uso de estragol, uso de anetol e método de tratamento de neuropatias". 

"É a patente da utilização de óleo essencial da planta croton zehntneri, também muito conhecida como canela de cunhã, encontrada principalmente no Nordeste. A nossa patente lida exatamente com a utilização desse óleo para a preparação, possivelmente em composição farmacêutica, no tratamento de neuropatias, mais especificamente a neuropatia devido ao diabetes, a neuropatia diabética. Então, nós desenvolvemos esse estudo, utilizamos óleo essencial em uma determinada concentração e conseguimos ver que o tratamento com óleo essencial dessa planta conseguiu reverter ou, pelo menos, atenuar, alguns problemas que o diabetes pode provocar devido à neuropatia em gânglios nervosos e em troncos nervosos", explica Francisco Walber, que é o autor principal da tese de doutorado que resultou na patente. 

Além de Walber, há ainda a autoria de Vânia Ceccatto, Aline Alice Albuquerque, Morgana Oquendo, Flávio Henrique Macedo, Kerly Shamyra Alves, José Henrique Leal Cardoso e Andrelina Souza no projeto. 

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Conforme o professor Henrique Leal, orientador da pesquisa da Uece e um dos autores da patente, a neuropatia diabética é um problema grave e comum. Ainda segundo o pesquisador, a cada 30 segundos uma pessoa tem um membro inferior amputado devido ao diabetes.

"A complicação mais grave do diabetes frequentemente é a neuropatia, que ocorre principalmente como lesão aos nervos mais longos do corpo, sendo um deles o nervo ciático, que vai desde a coluna até o pé. Esse nervo é atacado inicialmente no pé e depois essa lesão vai progredindo em direção às partes mais centrais do corpo. Então, esse é um acometimento muito grave, causando hipersensibilidade e até anestesia. A pessoa tropeça, fere o pé e não sente, sendo que no diabetes a cicatrização é mais difícil. Isso gera frequentemente um problema muito conhecido que é o pé diabético, em que a pessoa desenvolve úlceras no pé de difícil tratamento e de difícil cicatrização", disse. 

Substâncias de baixo custo

Andrelina Souza, também inventora da pesquisa, explica o porquê da escolha desta planta

"A proposta do nosso trabalho sempre foi descobrir substâncias que tivessem baixo custo, com pequena toxicidade, que fossem eficazes no tratamento da neuropatia diabética. Essa descoberta, para nós, é mais do que gratificante, uma vez que a gente já vem trabalhando com isso há muito tempo, e nós conseguimos mostrar, através de estudos científicos, que a croton zehntneri é uma planta rica em óleos essenciais, tem um rendimento muito grande, de fácil extração e que é baixo custo. Isso torna o medicamento mais acessível à sociedade", disse. 

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