Ressaca do mar 'engole' estrada de terra em Icapuí, e moradores temem queda de postes de energia
Prefeitura alegou que evento tem a ver com questões climáticas e ocupação irregular do solo
Uma estrada de terra na Praia da Peroba, em Icapuí, foi alcançada nessa quarta-feira (2) pela ressaca do mar, que 'engoliu' um trecho da via e ameaça derrubar postes de energia elétrica e cercas de residências.
Segundo a gestão municipal, os eventos provocados pelo avanço do mar na Praia da Peroba "estão estritamente ligados às questões climáticas e uso e ocupação de forma desordenada na orla marítima".
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A rua atingida pela força do mar dá acesso à comunidade que fica acima das falésias e à própria praia. Até 2016, a via era de calçamento, mas no ano seguinte foi destruída pelo mar e requalificada apenas com areia, segundo um morador.
"O mar derrubou e a estrada foi reconstruída, mas não chegou no limite do que está hoje. Foi derrubada só uma parte da estrada, agora foi derrubada por inteiro", relata o analista de sistemas Crisóstomo Frota, que possui um imóvel na praia.
Agora, o temor dos moradores é que em um novo avanço do mar nesta quinta-feira (3), os postes sejam derrubados e a energia elétrica no local seja interrompida.
"Os postes que ficam mais alinhados com a cerca das casas estão a um metro do barranco. A preocupação é que a maré desse fim de tarde leve os postes e aconteça um acidente, a gente torce que não", detalha.
O que diz a Prefeitura de Icapuí
A nota da Prefeitura cita também que, em 2018, a prefeitura conseguiu R$ 18 milhões junto ao Ministério do Desenvolvimento para executar a obra de enrocamento (paredão) na praia.
"Porém, fomos surpreendidos quando a Associação de Moradores de Peroba entrou com uma ação judicial, anexando um abaixo assinado contra a execução da mesma", detalha o comunicado.
Por sua vez, a Associação dos Moradores da Peroba apontou que a obra do jeito que foi idealizada não resolve o problema. De acordo com o advogado da instituição, Stênio Gonçalves, a avaliação contou com o parecer técnico do professor Antônio Miranda da Universidade Federal do Ceará (UFC).
"A obra como foi proposta pela prefeitura pode causar transtorno de longo prazo, uma vez que a técnica empregada na obra é uma técnica que inclusive já foi testada na praia do Icaraí em Caucaia e foi uma técnica que não se mostrou eficaz".
O governo de Icapuí esclareceu que aguarda decisão sobre o processo e já solicitou a "realocação do recurso".
