Reduzir limite de velocidade para 50km/h afeta o tempo de deslocamento? Entenda

As mudanças nas sinalizações de trânsito ainda geram dúvidas nos condutores, mas são essenciais para uma rotina segura

Escrito por Agência de Conteúdo DN ,
Legenda: Apesar de preocupar os motoristas, diminuição da velocidade em avenidas se mostra eficaz para um tráfego mais seguro
Foto: Divulgação

Muitos condutores de veículos ainda acreditam que a diminuição da velocidade para 50km/h em avenidas impacta diretamente na duração do deslocamento, aumentando o período que se passa no trânsito e causando atrasos consideráveis. Entretanto, já existem levantamentos que desmistificam essa crença da população.

De acordo com Antônio Ferreira, Superintendente da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), um estudo do órgão analisou a relação entre esta readequação nas vias de Fortaleza e o prazo de deslocamento. Foram avaliadas seis vias que foram submetidas à adequação.

Considerando o tráfego de um dia completo nas avenidas, o levantamento concluiu que o aumento no tempo médio de cada viagem percorrida foi de apenas 6,08 segundos. “Esse estudo mostrou que, quando se leva em consideração o intervalo total de viagem, o impacto é insignificante considerando o deslocamento do ponto de origem até o destino do condutor”, explica Antônio.

“O excesso de velocidade ainda é classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o principal fator de risco ligado à causa de ocorrências, sendo responsável por uma em cada três mortes de trânsito em todo o mundo. A alta aceleração pode impactar na redução da visão periférica do motorista, o que aumenta as chances de acidentes”, ressalta o profissional.

Com o objetivo de reduzir lesões no trânsito e salvar vidas, a redução da velocidade é uma mudança que possibilita mais tempo aos motoristas para reagirem em situações de riscos que surgem de forma inesperada, como pedestres atravessando a rua ou veículos em manobras inadequadas.

“Em Fortaleza, tivemos uma redução de 68,1% na média de acidentes com mortes em ruas e avenidas que tiveram a velocidade máxima readequada para 50 km/h. O estudo teve como base 16 vias cuja adequação foi implementada há mais de 12 meses”, pontua o superintendente, que ainda explica que a OMS já apontou que uma redução de até 5% na velocidade do veículo pode resultar em 30% menos sinistros fatais.

A mesma análise ainda mostrou que o número de vítimas lesionadas teve uma queda de 18,9% e os atropelamentos diminuíram 29,7%. “Dados como esses reforçam a importância de estarmos atentos diariamente a maneira como dirigimos. É fundamental que os condutores respeitem as sinalizações de cada via, garantindo um percurso seguro para si e para quem está ao seu redor”, finaliza Antônio.

 

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