Profissionais do aço: legados para o Ceará a partir da formação de engenharia

Projeto Engenharias que Transformam, produzido em parceria com a ArcelorMittal, conta a trajetória de pessoas que contribuíram para a indústria cearense

(Atualizado às 18:04, em 03 de Setembro de 2025)
Profissionais do aço: legados para o Ceará a partir da formação de engenharia
Legenda: Fernando Emerson Viana de Sousa, gerente de área interino de Excelência Operacional na ArcelorMittal
Foto: Fernando Emerson / Arquivo Pessoal

Desde muito cedo, Fernando Emerson Viana de Sousa, 34 anos, entendeu o poder transformador da Engenharia. Na adolescência, como estudante do curso técnico de Mecânica Industrial, descobriu o fascínio pelo aço. Ficou encantado com a forma como o metal se comportava e do que se gerava a partir dele, decidindo, aos 15 anos, que iria trabalhar com produção de aço no futuro.

Até assumir uma posição de gerente de área interino de Excelência Operacional na ArcelorMittal na unidade Pecém, integrante da maior produtora de aço do Brasil, Fernando percorreu um longo caminho, aproveitando cada oportunidade que a jornada de aprendizado permitia. A empresa nem havia sido construída ainda e Fernando já entrara na terceira turma de Engenharia Metalúrgica da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ele mirou no diploma, mas acertou em construir um vasto repertório de conhecimento na área do aço.

“Todo mundo que sai da universidade como engenheiro tem o mesmo diploma. O que faz a diferença são as experiências extraclasse”, ensina o profissional, que se tornou o primeiro da família a seguir este caminho. De bolsista em laboratórios da faculdade, passando por estágios no mercado local e a criação de empresa júnior, Fernando foi além das aulas e apostou em vivenciar a prática fora da classe, desenvolvendo também outras habilidades, como comunicação, negociação e liderança.

Para ele, um grande divisor de águas na carreira foi ser campeão mundial na competição internacional SteelChallenge, promovida anualmente pela World Steel Association. O ano era 2011 e o desafio consistia em simular a produção de aço com o menor custo total possível. Fernando e um colega não só se classificaram em primeiro lugar na América Latina, conquistando uma das cinco vagas na final disputada na Bélgica, como sagraram-se campeões mundiais do torneio, abrindo caminhos para outros estudantes cearenses alcançarem a mesma conquista nos anos posteriores.

“A minha vitória lá em 2011 inspirou uma geração de metalurgistas a participarem dessa experiência. Essa competição me ajudou ao longo da vida, até hoje..”, reflete Fernando. Isso porque o convite para trabalhar na ArcelorMittal (na ocasião, ainda CSP), em 2017, foi impulsionado pelo legado do SteelChallenge: um ex-aluno da UFC, inspirado por sua vitória em 2011, também ganhou o mundial (na categoria industrial), levando o CEO da empresa a procurar mais engenheiros cearenses com essa mentalidade. Isso resultou em um processo seletivo exclusivo para cearenses que estavam fora do Estado, entre eles o Fernando, residente no Maranhão na época.

Além disso, na ArcelorMittal, empresa global que adquiriu a CSP em 2023, Fernando acabou se tornando uma espécie de tutor que prepara profissionais da siderúrgica a participarem do mesmo torneio que o consagrou campeão, não mais na categoria estudante, mas como industrial. Com isso, a empresa já venceu dois anos seguidos a categoria regional das Américas.

“Isso já entrou como projeto do RH, para desenvolvimento da carreira de novos profissionais que entram na ArcelorMittal. Essa competição abre a mente e traz retorno para a empresa. Se a gente for olhar a equipe das pessoas que competiram nos últimos anos, elas geraram o retorno para a empresa acima da média”, ilustra.

Casado e pai de dois filhos, Fernando acredita que a Engenharia transforma. “Não só a minha vida e a da minha família, como ela está transformando o nosso estado. Hoje, a ArcelorMittal é a maior empresa do Ceará e está fazendo uma transformação não só financeira, mas uma transformação de mentalidade. O meu propósito aqui não é só por mim e pela minha família. A gente está transformando uma região. E o propósito dessa empresa aqui é muito maior do que simplesmente os interesses pessoais de cada um”, conclui.

Pai mestre de obras, filha engenheira

Quase dois anos após ingressar na ArcelorMittal unidade Pecém, a engenheira civil Joyce Maria Marques de Sousa, 26 anos, celebra uma conquista que simboliza não apenas um avanço profissional, mas também a realização de um sonho pessoal.

Natural de Paracuru, no Litoral Oeste do Ceará, Joyce iniciou sua trajetória na produtora de aço em 2023 como técnica em edificações, já formada em Engenharia Civil. Determinada a trilhar carreira na área, enxergou no cargo uma porta de entrada estratégica para alcançar seu propósito maior: atuar como engenheira.

Em 2025, o esforço foi recompensado. Aprovada em processo seletivo interno, a profissional assumiu a vaga de Analista de Engenharia Civil, hoje responsável por desenvolver projetos de infraestrutura e melhorias no setor de projetos da usina. Seu trabalho contribui diretamente para a operação e expansão da planta industrial.

Profissionais do aço: legados para o Ceará a partir da formação de engenharia
Legenda: Joyce Maria Marques de Sousa, Analista de Engenharia Civil na ArcelorMittal
Foto: Joyce Maria / Acervo Pessoal

Primeira engenheira de sua família, ela carrega consigo o legado de incentivo dos pais. O pai, Francisco, mestre de obras, e a mãe, Katiane, psicopedagoga e professora da educação infantil, sempre reforçaram a importância da educação.

Foram eles que me incentivaram a estudar e a me tornar a profissional que sou hoje. Venho de uma família humilde, do interior do Ceará, e acredito firmemente que a educação tem um poder verdadeiramente transformador — foi por meio dela que transformei minha história e alcancei o privilégio de fazer parte da maior produtora de aço do país”, reflete.

A engenheira destaca ainda o papel de iniciativas de valorização e inclusão promovidas pela empresa. O Programa de Diversidade, Equidade e Inclusão da empresa, que tem como uma das frentes a equidade de gênero, foi um dos marcos de sua jornada. “Ele me mostrou que é possível conquistar espaço, crescer profissionalmente e ser respeitada como mulher engenheira dentro da indústria”, ressalta.

Outro espaço de troca que marcou sua experiência foi o Pausa para um Café, encontros conduzidos com a participação da gestão. Para ela, o momento simboliza o quanto a empresa valoriza a escuta ativa e o diálogo com os empregados e empregadas.

A história de Joyce traduz a ascensão de uma jovem profissional e a força da educação como motor de transformação social e o impacto de políticas de diversidade no fortalecimento da indústria.

Este conteúdo integra o projeto Engenharias que Transformam, produzido em parceria com a ArcelorMittal, e conta a história de pessoas que tiveram a vida mudada pela profissão e oportunidades. Conheça outras histórias (link da primeira matéria).

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