Jardins filtrantes em Sobral promovem a limpeza de riacho de forma sustentável

Iniciativa já recebeu visitantes de outras cidades em busca de conhecer o projeto

Escrito por Agência de Conteúdo DN ,
Legenda: O projeto foi iniciado em 2018 e já recebeu várias melhorias desde então
Foto: Divulgação

Presente desde 2018 nas margens do Riacho Pajeú, no município de Sobral, o projeto dos jardins biofiltrantes é um dos destaques na gestão da cidade em relação ao meio ambiente. Por meio do uso dos recursos naturais e outras intervenções, a medida visa reduzir a poluição do rio.  

Projetos como esses, além da expansão das praças e parques urbanos, são iniciativas reconhecidas do município e foco da série de reportagens “Cidade em Festa: especial Sobral” publicada pelo Diário do Nordeste, por ocasião dos 250 anos de história do município. Além das ações em sustentabilidade, a área da educação também já foi contemplada pelo projeto. 

No caso dos jardins biofiltrantes, eles foram implantados ao longo do Riacho Pajeú, em dois parques que recebem a passagem da água: o Parque da Cidade e o Parque Pajeú. “Esse esforço não apenas contribui para a revitalização ambiental, mas também enriquece o ambiente urbano, tornando Sobral um lugar mais agradável e saudável para seus cidadãos”, explica Úrsula Nóbrega, superintendente da Agência Municipal do Meio Ambiente de Sobral. 

Em avaliações realizadas nos últimos dois anos, informa a superintendente, foi observada uma redução na turbidez da água, além de queda de até 50% nos coliformes totais e diminuição de outras substâncias, como fósforo e nitrogênio. 

Os jardins operam em dois sistemas distintos: o Sistema de Alagados Naturais (SAN) e o Sistema de Alagados Construídos (SAC). No SAN, o próprio curso do Pajeú é aproveitado. Plantas com propriedades fitorremediadoras foram cultivadas ao longo do leito do riacho, ecobarreiras foram construídas com pedras e inseridas para promover a aeração da água e reter resíduos sólidos, como plásticos.  

Já o SAC consiste em alagados construídos nas margens do riacho e sem contato com o corpo d’água, recebendo a água do sistema inicial contida em uma estrutura conhecida como caixa de areia.  Essa água proveniente da caixa de areia constantemente alimenta os tanques impermeabilizados dos SACs. Nesses tanques, as plantas com propriedades fitorremediadoras atuam consumindo a matéria orgânica e retenção dos sedimentos presentes na água. 

Melhorias contínuas 

No sistema dos jardins filtrantes, com o passar dos anos, foram realizadas melhorias, como a implantação de novas espécies de plantas, que trouxeram resultados mais eficazes.  

Legenda: Visão aérea de um dos jardins filtrantes
Foto: Divulgação

“Ao longo dos três anos da instalação aos testes, à medida que novas espécies vegetais foram introduzidas e testadas no sistema, os resultados foram gradualmente se aperfeiçoando. A escolha criteriosa das espécies de plantas e a observação cuidadosa de seus desempenhos permitiram a otimização da eficiência do sistema”, comenta Úrsula.  

Segundo a superintendente, foram observadas melhorias nos odores ao longo do riacho, além da beleza estética promovida ao entorno. 

Expectativas para o futuro 

Conforme explica Úrsula, há intenção de expandir o projeto para englobar o Riacho do Urubu e trechos do Riacho Mucambinho. “Atualmente, estamos em busca de parcerias para viabilizar a concretização dessa proposta. No entanto, é importante ressaltar que todas as iniciativas encontram-se em fase de estudo, sendo necessário o processo de captação financeira”.  

Nos últimos anos, a “Princesa do Norte” recebeu técnicos de diversos municípios, como Patos, Campina Grande, Maranguape, Crato, Fortaleza e outros, para conhecerem o projeto. Em contrapartida, representantes de Sobral visitaram a cidade de Niterói, que está construindo um jardim filtrante na Lagoa do Jacaré, em uma área com características semelhantes.   

Confira a seguir mais um episódio da série “Cidade em Festa”. 

Legenda: Visão aérea de um dos jardins filtrantes
Foto: Divulgação

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