Frio no Ceará? Cidades chegam a temperaturas mínimas abaixo de 20°C

Período coincide com início do inverno, mas a estação não tem grande relevância para a redução verificada no Estado

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: Temperaturas devem cair mais expressivamente em regiões de serra do Estado.
Foto: Mateus Ferreira

O fim da quadra chuvosa no Ceará, no mês de maio, inicia o período da pós-estação, que engloba junho e julho. As precipitações tendem a cair, assim como a temperatura nas cidades cearenses. Por isso, pode fazer mais frio em algumas localidades, mas não de forma expressiva. 

Em Fortaleza, o termômetro marcou temperatura mínima de 20.7°C neste mês, de acordo com a Plataforma de Coleta de Dados (PCD), da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), contra mínima de 22.7ºC de junho.

No Interior, a queda também é discreta, mas a medição mínima pode ficar bem abaixo de 20°C. Viçosa do Ceará, por exemplo, chegou a 14.6ºC em junho, e São Benedito, a 15.3ºC. As duas são cidades serranas. Já no Crato, na região do Cariri, o termômetro chegou a cair para 16.4ºC.

Em julho, até o momento, as temperaturas mínimas voltaram a ficar acima das menores de junho. Veja os registros em algumas cidades:

Segundo a Funceme, essa época do ano coincide com o inverno no hemisfério sul, mas a estação não tem grande influência no Estado. O meteorologista da Funceme, Frank Baima, explica que o leve esfriamento é “normal” com base na climatologia do Ceará, e especialmente nas regiões de serra.

Nesse período, já começamos a perceber redução de chuvas e nebulosidade. Sem nuvens, existe uma perda de radiação ao longo da madrugada e início da manhã, quando há os principais registros dessa temperatura mínima. Com céu claro, se perde radiação.
Frank Baima
Meteorologista da Funceme

Conforme o especialista, a percepção das temperaturas mais baixas é mais comum no interior do Estado. Isso porque a região litorânea está sujeita a regimes de continentalidade e maritimidade, ou seja, há mais umidade e a diferença entre as temperaturas máxima e mínima tende a ser menor. Já em cidades do interior, essa amplitude é maior.

Assim, o calor comum do Ceará pode ter alívio entre junho e agosto. Se as temperaturas máximas diurnas podem chegar perto dos 30°C, as noites e madrugadas tendem a apresentar um tempo mais agradável. 

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Frios históricos

A Funceme também repassou ao Diário do Nordeste uma tabela com as menores temperaturas já registradas historicamente durante o mês de junho, no Ceará. Confira:

  • Tauá (1996) - 13.6ºC
  • Barbalha (1996) - 14.5ºC
  • Guaramiranga (2003) - 15.5ºC
  • Iguatu (2006) - 15.9ºC
  • Quixeramobim (2008) - 16.0ºC
  • Sobral (2008) - 16.4ºC
  • Morada Nova (2020) - 17.5ºC

Sensação térmica

A temperatura medida oficialmente também pode se diferir da sensação térmica, que é como o corpo percebe a temperatura. A sensação pode ser amenizada pelos ventos que começam a se intensificar até chegar ao mês de setembro, quando as médias de velocidade são maiores. 

Porém, de acordo com Frank Baima, embora os ventos tenham ficado mais evidentes, eles ainda estão dentro da normalidade. Assim, a sensação térmica “depende muito de pessoa para pessoa”.

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