Entenda por que o Ceará teve o menor número de queimadas florestais do trimestre nos últimos 11 anos
Neste início de abril não foi registrado ainda nenhum incêndio em vegetação
De janeiro a março deste ano, 66 incêndios em vegetação foram registrados no Ceará. Este número é o menor dos últimos onze anos, quando, em 2011, foram contabilizadas 51 queimadas. Os dados foram levantados pelo Diário do Nordeste, com base nas informações cedidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No primeiro trimestre de 2022, o mês com menor registro foi março, com apenas 8 incêndios. Foi justamente neste mês, que o Ceará registrou o maior volume pluviométrico deste ano. O tenente-coronel Mardens Vasconcelos, comandante da 5ª Companhia do 3º Batalhão de Bombeiros, em Itapipoca, explica que esta não é uma coincidência.
- Janeiro: 37 queimadas
- Fevereiro: 21 queimadas
- Março: 8 queimadas
"A principal explicação para este baixo quantitativo de queimadas é justamente o alto volume de chuva registrado neste início de ano. Quando há muita pluviometria e, consequentemente, temperaturas mais amenas, a propagação do fogo é mais dificultada", detalha o especialista.
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Em 2010, por exemplo, o cenário foi oposto. Aquele ano registrou pluviometria 32,9% abaixo da média e, o número de queimadas (477) no primeiro trimestre foi o segundo maior desde que o Inpe iniciou o monitoramento, em 1998.
Os três meses iniciais do ano com maior quantidade de incêndios aconteceu em 2005 (com 524 focos). Naquele ano, as queimadas ficaram 26% abaixo da média anual.
Abaixo da média
Todos os meses iniciais deste ano de 2022 tiveram registros abaixo da média histórica. Nos meses de janeiro, a média histórica é de 196 queimadas, número quase 80% superior ao observado neste ano (37). Já no mês de fevereiro, a média é 26 queimadas e, em março, a média histórica é de 11 incêndios, queda de 27% registrada neste ano.
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Em abril este roteiro tende a ser o mesmo. Até ontem, dia 19, o Inpe não havia contabilizado nenhuma queimada no Estado. Para o mês, a média é de 5 incêndios. Abril, inclusive, tem a menor média histórica dentre todos os 12 meses do ano. A maior, é em novembro (1.852).
Segundo semestre
A metade final do ano concentra os maiores índices de queimadas. Mardens Vasconcelos explica que, devido a ausência de chuvas, a vegetação fica seca e, somada às altas temperaturas, a ocorrência e propagação de incêndios é potencializada.
"A baixa umidade do ar, as velocidades maiores dos ventos e altas temperaturas convergem em um ambiente favorável e o número de incêndios aumenta consideravelmente no Ceará", detalha.