Engenharias que transformam: quebrando tabus e transformando histórias

Os desafios para o pioneirismo e a produção de aço do Ceará para o mundo

(Atualizado às 18:03, em 03 de Setembro de 2025)
Engenharias que transformam: quebrando tabus e transformando histórias
Legenda: A engenheira química Amanda Lemos
Foto: Amanda Lemos / Arquivo Pessoal

Há sete anos, a trajetória profissional da engenheira química Amanda Lemos teve um momento de virada. Recém-formada na área, ingressou em um setor industrial que, até aquele momento, não tinha a presença de uma mulher no corpo de empregados.

Amanda foi a primeira mulher contratada para o setor operacional de Coqueria da ArcelorMittal unidade Pecém, indústria de aço localizada em São Gonçalo do Amarante. Historicamente, o setor siderúrgico era conhecido pela presença majoritária de homens, cenário que vem mudando nos últimos anos. Na ArcelorMittal, por exemplo, indicadores internos mostram que a empresa está acima da média nacional desta área.

A entrada da engenheira na empresa ocorreu por meio do programa para trainee, voltado para profissionais recém-formados. Ela explica que o contato com a Coqueria foi importante para que desenvolvesse um aprendizado mais sólido. “Consegui desenvolver uma base técnica tanto na Coqueria, quanto no conhecimento do restante do processo de produção de aço. Foi muito valiosa (a passagem pelo programa). Tive a oportunidade de aprender durante esse período e transformar minha base para os demais anos que trabalhei aqui”, elucida.

Atualmente, ela exerce de forma interina a posição de Gerente de Área da operação de tratamento de gás. Para preparar a profissional, foi realizada uma mentoria, como forma de ampliar a presença de mulheres em cargos de liderança na empresa.

A área na qual Amanda atua, contribui para a produção de um aço sustentável. Isso porque na Coqueria são gerados e enviados gases para a Planta de Tratamento de Gás (GTP). Lá, como o próprio nome diz, é feito um trabalho de tratamento desse gás, que é usado para a geração de energia. Essa energia alimenta toda a usina e, muitas vezes, há um excedente gerado que é direcionado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Ou seja, a engenharia contribui para que a usina seja autossuficiente em energia.

Em relação a ainda baixa presença feminina no setor siderúrgico, Amanda comenta que, historicamente, o ambiente industrial era mais pesado, com atividades que demandavam mais força. Com a modernização dos processos, o cenário se modificou, assim como o preconceito de que há ambientes restritos a mulheres.

“Hoje, temos mulheres desde a operação até a gestão aqui na ArcelorMittal, então conseguimos ver mulheres atuando nas mais diferentes funções. Temos mulheres operadoras tanto na Coqueria quanto no tratamento de gás. Continuamos incentivando a ter maior participação de mulheres”, sustenta.

Oportunidades e visibilidade

A trajetória do engenheiro mecânico Victor Galvão na ArcelorMittal começou a partir da oportunidade em um programa de trainee, realizado há três anos. Apesar de já ter experiência no setor industrial, em uma empresa de manutenção de elevadores, não havia tido contato com a produção de aço.

O profissional relata que o período de adaptação foi desafiador, com muito estudo envolvendo as máquinas presentes na Oficina Central, mas que cada processo resultou em um aprendizado constante.

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Legenda: Victor Galvão (ao centro) em uma ação na empresa
Foto: Victor Arcerlor / Arquivo Pessoal

Com a experiência adquirida, Victor já atuou como gestor de forma interina em duas situações: uma como supervisor e outra como gerente. Essas oportunidades, explica, são iniciativas que a ArcelorMittal proporciona como forma de preparar os funcionários para maiores desafios.

“Um cargo de supervisão tem equipe menor, mas em uma gerência você tem uma visão completa da oficina, com mais pessoas sob sua responsabilidade. Isso me proporcionou essa experiência na liderança, agregar essa responsabilidade e vivenciar a gestão”.

Na função de analista de manutenção de máquinas, Victor comenta que a rotina é variada. “No dia a dia, você não sabe como vai atuar, é sempre uma surpresa, mas a gente consegue se organizar e se planejar, em especial, no que se refere à segurança. A gente acompanha como está o status da máquina, damos apoio e suporte para a equipe de manutenção, como itens de segurança e planos de manutenção”, explica.

Outra participação de Victor Galvão foi no programa de produtividade interno, voltado para o desenvolvimento operacional do espaço de trabalho. Com foco em fortalecer a produtividade de diferentes setores, a iniciativa reuniu profissionais de áreas variadas da empresa e trabalhou uma série de habilidades e ferramentas em cada participante.

Victor também integra um dos Grupos de Afinidade do Programa de Diversidade, Equidade e Inclusão da ArcelorMittal. São quatro grupos: Raça e Etnia, Equidade de Gênero, Pessoas com Deficiência e LGBTQIA+, que conta com a participação de Victor. Todos os meses, são feitas iniciativas que reforçam a importância da diversidade e dos benefícios que a prática traz para o dia a dia do negócio.

A habilidade de mudança constante

Inspirado por um professor de física no ensino médio, o engenheiro eletricista Rannieri Moreira não tem o hábito de ficar parado. Sempre em busca de novos desafios, o profissional passou por diferentes experiências de trabalho, antes de chegar à ArcelorMittal em 2015.

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Legenda: O engenheiro eletricista Rannieri Moreira
Foto: Rannieri / Arquivo Pessoal

Após alguns anos trabalhando em uma empresa no Maranhão, o engenheiro recebeu a proposta de voltar para o Ceará e enxergou uma chance de trazer o que aprendeu para o Estado e para a região do Pecém.

O primeiro passo na empresa foi como analista sênior na área da governança corporativa. Depois de alguns anos, foi promovido para especialista, até, em seguida, alcançar o cargo de gerência.

Hoje atuando como Gerente de Área de Operação Logística, Rannieri está à frente da saída de materiais e exportação do Pecém, como as placas de aço que são enviadas para o exterior.

Em relação ao processo de desenvolvimento da carreira, Rannieri comenta que não foi algo totalmente planejado, mas também não jogado ao acaso. “Foi algo que aconteceu, mas que eu também puxei. Eu gosto de coisas novas, não gosto de mesmice, gosto sempre de fazer algo diferente. No meu currículo, você vai ver que a cada dois anos estou fazendo algo diferente. Para mim é enriquecedor e engrandecedor, me ajuda a ter uma visão maior de tudo”.

Esta matéria integra o projeto Engenharias que Transformam, produzido em parceria com a ArcelorMittal e que conta a história de pessoas que tiveram a vida mudada impactada pela profissão e oportunidades.

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