Ceará registra chuvas abaixo da média esperada para outubro em 2023; o volume foi o menor em 7 anos

Guaramiranga, Pacoti e Santana do Cariri foram as cidades que receberam os maiores volumes de chuva neste mês

Escrito por Gabriela Custódio , gabriela.custodio@svm.com.br
açude germinal
Legenda: Atualmente, apenas os açudes Caldeirões, em Saboeiro, e Germinal (foto), em Pacoti, estão sangrando
Foto: Divulgação / Cogerh

O Ceará registrou o menor volume de chuvas para o mês de outubro em 7 anos. Após dois anos com precipitações acima da média para o período, o Estado teve, neste ano, o menor acumulado desde 2016. Os dados são do balanço parcial do Calendário de Chuvas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Historicamente, outubro é um dos meses em que se espera menos chuva para o Estado, com uma média de 3,9 mm. Neste ano de 2023, a Fundação registrou 0,3 mm de chuvas, um desvio de -92,1% em relação à média histórica para o mês. No período analisado pelo Diário do Nordeste, esse foi o menor volume desde 2016, quando choveu 0,2 mm ao longo de todo o mês.

Guaramiranga e Pacoti, no Maciço de Baturité, foram as cidades que receberam os maiores volumes de chuva — 20,6 mm e 16,6 mm, respectivamente. Em ambos os casos, porém, choveu menos do que o esperado para a média. Em terceiro está Santana do Cariri, com 12,1 mm, acima do esperado.

Os dados de 2023 foram coletados no dia 31 de outubro e podem mudar caso o sistema da Funceme seja atualizado com informações dos municípios.

Nos últimos dois anos, a média para o mês tinha sido ultrapassada. Em 2021 choveu 4,5 mm e em 2022 registrou-se 7,8 mm, a mesma quantidade de outubro de 2014.

Já o maior acumulado para o mês ocorreu em 2011, quando choveu 36,2 mm, um desvio positivo de 819%. À época, uma frente fria que teve início no Sul da Bahia e uma nebulosidade oriunda do Amazonas até o Sul e o Sudeste do Brasil ocasionaram as precipitações fora de época no Ceará.

Aporte hídrico

Na última terça-feira (31), o Ceará registrou aporte 42,26% de total de aporte hídrico. Juntos, os 157 açudes do Ceará monitorado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) têm capacidade 18,5 bilhões de metros cúbicos (m³), e o volume atual é de 7,83 bilhões de m³.

De acordo com a resenha diária de monitoramento da Cogerh, apenas os açudes Caldeirões, em Saboeiro, e Germinal, em Pacoti, estão sangrando.

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Já os reservatórios Aracoiaba, no município com o mesmo nome, e Pesqueiro, em Capistrano, estão com mais de 90% da capacidade preenchida, mas não atingiram a cota de sangria. Por outro lado, outros 43 açudes estão com volume inferior a 30% da capacidade.

Bonito, Favelas, Monsenhor Tabosa, Pompeu Sobrinho, Potiretama, Trici e Várzea do Boi, por sua vez, são considerados com volume morto. Nos açudes que não dispõem de tomada de água, contabiliza-se como volume morto quando o reservatório está com menos de 5% da capacidade preenchida.

Os açudes Jenipapeiro (Deputado Irapuan Pinheiro), Madeiro (Pereiro), Salão (Canindé) e Sousa (Canindé) estão vazios, segundo o relatório.

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