Carta psicografada ajudou a identificar corpo de homem morto no Ceará há 8 anos
Homem desapareceu a caminho de vaquejada, e sua ossada chegou a ser enterrada como pessoa anônima. Anos depois do crime, a mãe o localizou
A vidente Chaline Grazik alega ter psicografado uma carta de Eliza Samudio apontando que o corpo da modelo, nunca encontrado após seu assassinato, há 12 anos, está no fundo de um rio em Minas Gerais. No Ceará, uma situação semelhante ocorreu em 2014, quando uma mensagem psicografada ajudou a identificar o corpo de um homem.
À época, Galdino Alves Bezerra Neto, 47 anos, estava desaparecido desde o início de 2012. Um dia, ele avisou à mãe, a técnica em enfermagem aposentada Maria Lopes Farias, 75, de Fortaleza, que iria para uma vaquejada em Canindé. Porém, nunca mais voltou.
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Segundo a mãe, Galdino costumava passar longos períodos longe de casa, mas quatro meses sem contato já era demais. Maria imprimiu mais de 200 fotos com a imagem do filho e peregrinou por dois anos. Sem perspectivas, acabou se convencendo da morte dele.
Em 2013, os restos mortais de Galdino foram localizados em uma lagoa em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza, após um incêndio na mata. Um exame de DNA comparativo com a mãe confirmou sua identidade, em 2014, possível apenas pela “dica” de uma mensagem mediúnica.
Entre o desaparecimento e o exame, Maria começou a frequentar um centro espírita. Numa das visitas, a mulher recebeu uma carta psicografada do sogro, avô de Galdino, que teria indicado a lagoa do Juvenal como local de destino final do neto.
Quando houve a sugestão, os restos mortais de Galdino já haviam sido encontrados, mas não foi possível identificá-los devido ao estado de decomposição. A causa da morte não foi identificada. O caso foi arquivado, e a ossada enterrada num cemitério como pessoa anônima.
Porém, com o apelo de Maria na delegacia - ainda sem mencionar a carta psicografada -, os restos mortais foram exumados e, os exames, realizados. Somente em 2016 é que ela mencionou a mensagem à Polícia.
Leia um trecho da carta:
Maria,
[...]
Sei que você trás [sic] as marcas dessa dor de mãe, até com a busca toda que você tem feito do Galdino e, por isso, em Canindé você vai rezar ao nosso Santo, mas vai antes precisar olhar as ossadas da Lagoa do Juvenal no caminho do Maranguape.
[...]
Infelizmente existe muito mal nesse mundo, minha irmã em Jesus. Sou o avô dele e estou na proteção, mas não posso adiantar nada quando isso faz parte da tua necessidade de evolução espiritual.
[...]
Com respeito e carinho, Galdino Alves Bezerra.
Segunda mensagem
Após a descoberta, Maria se disse “em paz” por finalmente poder dar um fim digno ao filho, que foi cremado. “Aconteceu o que aconteceu, tudo bem. Mas eu sei que meu filho está bem melhor do que eu”, reconheceu à época.
A Casa de Francisco/Lar de Clara, onde a mulher buscou apoio, declarou que o trabalho mediúnico “não é investigativo, tão pouco criativo”, mas, na verdade, é a transmissão de informações repassadas ao médium.
Em agosto de 2014, foi a vez do próprio Galdino Neto se manifestar à mãe. No longo depoimento, ele conta que saiu de casa do mesmo jeito que sempre saiu, “pensando em voltar”, mas eu não escolheu direito o caminho para a vaquejada: “desci errado do ônibus... a lagoa me chamou a atenção”.
O filho emenda que “teve gente que pensou que eu tinha dinheiro, mas como bateu com força demais quis esconder o corpo”.
Por fim, ele confessa que só queria ver a mãe feliz, esperando que a carta trouxesse mais paz ao coração dela. “Agora eu posso ver a luz que tem na senhora e que eu não via quando eu tava por aí com todo mundo. (...) A senhora cuidou de mim. Eu agora peço a Deus pra cuidar da senhora”, escreveu.