‘Campeãs’ de volume: saiba as 10 cidades onde mais choveu nos 3 primeiros meses do ano no CE

Região Centro-Norte teve maiores desvios percentuais positivos em relação ao Sul do Estado

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: Fortaleza está entre os cinco maiores volumes de precipitações do Ceará
Foto: Nícolas Paulino

O primeiro trimestre de 2024 terminou com volume de chuvas acima da média histórica para o período, considerando todo o Estado do Ceará. Porém, o regime de precipitações foi irregular no território, como a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) costuma indicar, resultando em cidades onde choveu mais do que o dobro do esperado, e outras em que o acumulado ficou abaixo do normal.

Segundo o Calendário de Chuvas da Fundação, apenas uma das 8 macrorregiões do Estado teve registros observados abaixo da média histórica: a Serra da Ibiapaba. Por lá, choveu 8,6% a mais do que o normal, mas só foi suficiente para incluir a área na categoria "em torno da média".

A região onde mais choveu foi o Litoral de Fortaleza. Quando o costumeiro seria esperar 498.5 mm, choveram 723.2 mm (45% a mais). Em seguida, veio o Litoral Norte, com volume 40,2% superior, além de Litoral do Pecém (38,2%) e Jaguaribana (30,4%).

Mesmo com o bom resultado geral, a distribuição espacial das chuvas fez com que municípios da mesma região tivessem acumulados bem diferentes. A gerente de Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, explica que essa variabilidade é uma característica do Semiárido verificada nesse ano. 

“Quando a gente olha para março, o estado do Ceará como um todo teve chuvas boas, mas a região Centro-Norte ficou com desvios percentuais positivos. O Centro-Sul teve boas chuvas, mas em torno da normal climatológica, com irregularidade espacial bem maior. A Região do Sertão Central e Inhamuns teve várias localidades abaixo da normal”, afirma.

Até o momento, nesta quadra chuvosa, o balanço de fevereiro mostrou precipitações 90% acima da normalidade. Já em março, os acumulados ficaram dentro da média.

Cidades onde mais choveu

O monitoramento da Funceme mostra que quase todas as cidades onde mais choveu no trimestre se concentram ao longo do litoral, com exceção de Missão Velha, no Cariri. A lista é encabeçada por Barroquinha, no extremo Norte, onde choveu 141% acima do normal. A vizinha, Camocim, registrou quase o dobro de água no mesmo período.

Em seguida, vêm os municípios mais próximos da Capital. Caucaia teve registros 118% maiores, seguida por Fortaleza (65% a mais) e Paracuru (72,5%). A lista das 10 cidades mais chuvosas de janeiro a março inclui:

  1. Barroquinha (Litoral Norte): 1.572 mm
  2. Camocim (Litoral Norte): 1.159 mm
  3. Caucaia (Litoral de Fortaleza): 1156,7 mm
  4. Fortaleza (Litoral de Fortaleza): 1.055,9 mm
  5. Paracuru (Litoral de Fortaleza): 988,1 mm
  6. Missão Velha (Cariri): 936,1 mm
  7. Eusébio (Litoral de Fortaleza): 906 mm
  8. São Gonçalo do Amarante (Litoral de Pecém): 899,5 mm
  9. Martinópole (Litoral Norte): 889,6 mm
  10. Cruz (Litoral Norte): 877,6 mm

Cidades onde menos choveu

Por outro lado, como aponta Meiry Sakamoto, cidades da porção inferior do Ceará foram as mais afetadas por chuvas abaixo do esperado no trimestre. As que tiveram menores volumes acumulados foram:

  1. Saboeiro (Sertão Central e Inhamuns): 325.7 mm
  2. Mombaça (Sertão Central e Inhamuns): 318.3 mm
  3. Piquet Carneiro (Sertão Central e Inhamuns): 316.2 mm
  4. Catarina (Sertão Central e Inhamuns): 314.9 mm
  5. Pedra Branca (Sertão Central e Inhamuns): 314.2 mm
  6. Campos Sales (Sertão Central e Inhamuns): 305.2 mm
  7. Croatá (Ibiapaba): 303.4 mm
  8. Independência (Sertão Central e Inhamuns): 290.5 mm
  9. Tauá (Sertão Central e Inhamuns): 278 mm
  10. Antonina do Norte (Sertão Central e Inhamuns): 270.6 mm

Previsão para os próximos meses

O novo prognóstico climático elaborado pela Fundação para o trimestre de abril a junho aponta que o Ceará tem 30% de chances de chuvas abaixo da normalidade, 40% em torno dela e 30% acima.

Porém, ainda que chova dentro ou acima do esperado, os meses de abril, maio e junho têm volumes acumulados médios da climatologia mais baixos do que em outros períodos do ano, sendo 190 milímetros, 90 mm e 37 mm, respectivamente.

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Por isso, Meiry ressalta que a distribuição inconstante no tempo e no espaço deve levar em conta também a relatividade das chuvas desse período.

Para comprovar a diferença de chuvas entre regiões, o Diário do Nordeste mostra abaixo uma comparação entre os municípios onde mais e menos choveu de cada área, com os percentuais dos desvios sobre a faixa normal climatológica:

Cariri

  • Município mais chuvoso: Missão Velha 936.1 mm (+58%)
  • Município menos chuvoso: Farias Brito 467.1 mm (-19.8%)

Ibiapaba

  • Município mais chuvoso: Forquilha 652.9 mm (+61.6%)
  • Município menos chuvoso: Mucambo 348 mm (-34.1%)

Jaguaribana

  • Município mais chuvoso: Jaguaribara 644 mm (+93.8%)
  • Município menos chuvoso: Orós 350.3 mm (-10.3%)

Litoral de Fortaleza

  • Município mais chuvoso: Caucaia 1156.7 mm (+118.2%)
  • Município menos chuvoso: Pacatuba 649.8 mm (+9.7%)

Litoral de Pecém

  • Município mais chuvoso: Tejuçuoca 603.9 mm (+77.9%)
  • Município menos chuvoso: Itapipoca 592.6 mm (+0.4%)

Litoral Norte

  • Município mais chuvoso: Barroquinha 1.572 mm (+141.1)
  • Município menos chuvoso: Meruoca 735.1 mm (+0.4%)

Maciço de Baturité

  • Município mais chuvoso: Aratuba 664.3 mm (+62.8%)
  • Município menos chuvoso: Guaiúba 521 mm (+0.1%)

Sertão Central e Inhamuns

  • Município mais chuvoso: Ibaretama 668.8 mm (+80.7%)
  • Município menos chuvoso: Antonina do Norte 270.6 mm (-21.5%)

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