Varejo vê alta de 2% em vendas do Dia das Mães

Setor cearense aposta em criatividade para reverter resultados negativos e voltar a crescer neste ano

Escrito por Carol Kossling - Repórter ,
O Dia das Mães deste ano deve ter uma movimentação maior em relação a 2016, com uma alta de até 2% nas vendas, conforme projeção do varejo cearense. No entanto, o setor ainda mantém cautela, diante da atual situação econômica do País. “Ainda não temos grandes motivos para estarmos otimistas e precisamos ser realistas. O índice de desemprego segue alto”, explica o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Severino Ramalho Neto. 

Entretanto, ele destaca que o momento é de esquecer os números do ano passado e avalia que, apesar das dificuldades, “o Ceará ainda vive uma situação um pouco melhor que os demais estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, pois tem sua folha de pagamento dos servidores em dia”, lembra Neto.

Para ele, o comércio tem que manter a criatividade para alcançar o bolso dos consumidores na segunda maior data do calendário do varejo brasileiro, perdendo apenas para o Natal. O tíquete médio, segundo suas estimativas, deve ficar em torno de R$ 100. “Existem muitas opções de vestuário, relógios e óculos para todos os bolsos. É preciso encontrar o presente certo para cada mãe, as pessoas são únicas”, detalha Severino Neto. 

Os parcelamentos permanecem dentro do limite normal, entre três e cinco vezes, porque os consumidores ainda estão com receio de dívida de longo prazo. “Os juros para os consumidores ainda não caíram”, considera o presidente da CDL Fortaleza. Entre os produtos que lideram a intenção de compra dos consumidores fortalezenses para as mães, seguem as roupas, flores, perfumes e acessórios. 

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, lembra que a base de 2016 foi muito ruim e por isso ele acredita que este ano será melhor. “Acredito num crescimento, mas não mais que 2% em relação a 2016”, aponta. 

Esta elevação deve ocorrer em virtude das fábricas terem repassado alguns benefícios, como o dólar que estava com cotação superior nesta mesma época no ano passado. E ele considera que o parcelamento é uma alternativa neste momento. “De maio para frente, a tendência é que o índice de desemprego seja reduzido e exista uma aumento na demanda por empregos”, diz. 

Para ele, neste período o varejo começa a sentir a melhora, que já foi percebida pela indústria. Entre os setores que devem ser mais procurados estão o vestuário, calçadista e o de cosméticos. “Também pode ser que TV de tela plana venda mais, porque o preço caiu. Acredito que, se não houver transformações na economia e política, maio será o primeiro mês de crescimento constante”, analisa. 

Grande expectativa 

Para Marcela Girão, diretora de marketing da Via Direta, o ano deve ser melhor que o anterior. “Esperamos alta de 10%, pois estamos intensificando nosso programa de fidelidade com descontos especiais. Promoções e brindes também fazem parte do nosso leque de opções”, revela. 

A blusa deve ser o produto de maior saída. O valor médio das compras esperado pela loja é de R$ 250, em virtude de uma campanha que será lançada pela marca em maio.

Interior 

Conforme o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Juazeiro do Norte, Michel Araújo, o saldo das vendas de Dia das Mães deve ser positivo, assim como em 2016. “Esperamos um crescimento entre 1,5% e 2% em cima de 2016”, avalia. Entre os itens preferidos para ocasião estão os eletrodomésticos, roupas, calçados, perfumes e cosméticos, além de tablets e smartphones. Na Região, as pessoas deixam para comprar o presente das mães quando a data vai ficando mais próxima, de acordo com o titular da CDL de Juazeiro do Norte. “Apenas entre 20% e 30% das pessoas compram o presente antes. O resto é em cima da hora”, diz. O ticket médio deve ficar entre R$ 80 e R$ 100. 

Cenário

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"O Ceará ainda vive uma situação melhor que os demais estados, pois tem a folha de pagamento dos servidores em dia"

Severino Neto
Presidente da CDL Fortaleza

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"Apenas entre 20% e 30% das pessoas compram o presente do Dia das Mães antes. O resto deixa 'para cima da hora"

Michel Araújo
Presidente da CDL de Juazeiro do Norte

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