Rita Lee escreveu 'profecia' sobre repercussão de sua morte: 'Me levantaria do caixão para vaiá-los'
Texto está presente na primeira autobiografia da artista, lançada em 2016
Fixada nas páginas da primeira autobiografia da artista, lançada em 2016, a profecia que Rita Lee escreveu sobre a própria morte ganha destaque nesta terça-feira (9), dia do anúncio da partida da artista, aos 75 anos. Nela, a lenda do rock brasileiro deixa tudo bastante claro: "Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta", inicia.
Entre repercussões íntimas e coletivas, a cantora cita fãs, políticos, o jornalismo e até as redes sociais. Sobre estas últimas, debocha: "Nas redes virtuais, alguns dirão: 'Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk'".
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Considerando os políticos, por sua vez, não poupa. "Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los".
Sobre os fãs, "esses sinceros", palpita que empunharão capas dos discos dela e entoarão "Ovelha negra". Já as TVs, "devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair".
"Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída", continua.
"Nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa"
Após desfilar por todos os perfis, Rita conclui o texto prevendo a própria condição em outro estado espiritual.
"Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: 'Thank you Lord, finally sedated'".
O ponto final é com o epitáfio: "Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa".
Rita Lee morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos, segundo informou publicação no Instagram oficial da artista. Ícone do rock brasileiro, ela tratava um câncer de pulmão.
A saúde da roqueira estava debilitada desde 2021, quando ela anunciou estar com câncer. Em março deste ano, Rita retornou para casa após mais de uma semana internada no Hospital Albert Eistein.
O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, nesta quarta-feira (10), das 10h às 17h. O corpo será cremado, segundo desejo da própria Rita, em cerimônia particular.