Cearense faz campanha de arrecadação de dinheiro para trabalhar em companhia de balé dos EUA
Aos 23 anos, Luan Dourado recebeu proposta para compor Companhia Dance Alive National Ballet, na Flórida
Há quase uma década, o cearense Luan Dourado, de 23 anos, pratica dança e o que era um hobby se torna agora a realização de um sonho: o primeiro contrato internacional. Em julho, o cearense recebeu uma proposta para compor a Companhia Dance Alive National Ballet, na Flórida, nos Estados Unidos.
Porém, sem condições de arcar com os custos da viagem, Luan, com o apoio do Studio de Dança Mainara Albuquerque, da qual é aluno, iniciou uma campanha de arrecadação de dinheiro que pretende angariar R$ 8 mil para custear as passagens de avião e gastos iniciais como alimentação e deslocamento.
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“Devo viajar no dia 3 de setembro, a Companhia cuida da parte do visto e de moradia, mas as passagens são por minha conta e também preciso ter uma renda pros primeiros dias já que só recebo o primeiro salário depois de um tempo. Estamos tentando ainda apoio de programas sociais”, explica Luan.
As doações podem ser realizadas por transferência ou PIX. Para mais informações, basta entrar em contato pelo telefone (85) 98538.1041 ou pelo Instagram do Luan.
Do break ao balé
Luan conta que iniciou a carreira como bailarino na dança de rua, no break e sempre teve muito apoio da família, que tem envolvimento com a dança. “Minha irmã fazia balé e eu que ia buscá-la no estúdio de dança, e a Mainara, a professora, sempre me chamava pra fazer uma aula, eu precisava do alongamento por causa do break e acabei ficando”.
“Minha família sempre se envolveu, sempre fomos pra festivais, apresentações de grandes companhias. Ficava encantado quando via os saltos e giros, pensava sempre que queria fazer aquilo também. Fui me apaixonando pelo balé e descobri que tenho talento”.
Para ele, o contrato com uma companhia internacional tem sido a realização de um sonho, mas com um sabor agridoce, já que precisará deixar a mãe e a filha, de apenas 2 anos, no Brasil. “Vou com motivação de dar uma vida melhor pra elas e espero um dia poder levá-las comigo”.
Por ser homem e dançar balé, Luan relata ter ouvido piadas, mas que o apoio dos amigos e da família foi fundamental para que ele conseguisse levar numa boa. Além disso, ele afirma que muitos não acreditaram que a dança ‘daria futuro’.
Carreira internacional
"Na verdade, tem sim, infelizmente no nosso País é muito difícil conseguir ter uma carreira de destaque porque não tem incentivo nem investimento, mas pra uma pessoa que consegue ter uma carreira internacional, consegue sim”, pondera.
E é com essa consciência que Luan segue o sonho. O contrato para a Companhia tem duração de sete meses, o correspondente ao período da temporada, mas que pode ser renovado. Durante a contratação, o jovem receberá uma bolsa e terá ainda direito à moradia.
Para conseguir a vaga, o bailarino diz ter enviado o currículo e portfólio para várias outras companhias do mundo e conseguiu algumas aprovações, mas selecionou a da Flórida pois achou mais atrativa. “Era a que mais me encantava, fiz toda a seleção online e deu certo”.