Após fim do Skank, Samuel Rosa traz show solo para Fortaleza e compartilha novidades da carreira

Cantor se apresenta no Iguatemi Hall nesta sexta-feira (20); repertório inclui canções do primeiro disco solo, ‘Rosa’, e sucessos do Skank

Escrito por
Ana Beatriz Caldas beatriz.caldas@svm.com.br
Artista se apresenta no Iguatemi Hall nesta sexta-feira (20)
Legenda: Artista se apresenta no Iguatemi Hall nesta sexta-feira (20)
Foto: Divulgação

O mineiro Samuel Rosa apresenta uma nova fase da carreira aos fãs cearenses na próxima sexta-feira (20). Depois de mais de 30 anos como vocalista, guitarrista e compositor principal do Skank, o músico traz para Fortaleza o show de sua primeira turnê solo, que reúne canções do disco “Rosa”, lançado em junho deste ano, e sucessos das últimas três décadas, entre músicas do Skank e outras parcerias musicais.

Intitulada Samuel Rosa Tour, a nova turnê começou no início do mês passado, com um show na capital paulista, e segue em circulação por todo o País. Em Fortaleza, o show será no Iguatemi Hall – casa de eventos localizada no mesmo shopping onde o Skank se apresentou pela última vez por aqui, em fevereiro de 2023. Os ingressos ainda estão à venda, com preços a partir de R$ 130.

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Apesar de ser encarado com leveza e naturalidade por Samuel, o movimento de seguir por um caminho sem os antigos companheiros de música exigiu tempo e aprendizado. Tudo começou há pelo menos cinco anos, quando Samuel e os demais membros do Skank anunciaram que a banda iria se separar.

Ainda em 2019, enquanto a turnê de despedida da banda ia tomando forma, o mineiro começou a fazer shows experimentais com os músicos que hoje o acompanham na turnê: os antigos parceiros musicais Doca Rolim (guitarrista) e Alexandre Mourão (baixo), Pedro Pelotas (teclado) e Marcelo Dai (bateria).

Pouco antes da gravação do disco de estreia, se juntaram ao quinteto, nos metais, Pedro Aristides (trombone), Vinícius Augusto (saxofone) e Pedro Mota (trompete). Só no ano passado, a banda fez mais de mais de 40 shows, que serviram como uma espécie de “laboratório” antes de entrar em estúdio.

Em entrevista ao Verso, Samuel destaca que  o período foi fundamental para achar “uma identidade, uma conexão e um entrosamento”.

“Eu considero a criação, dentre as coisas que eu faço, a mais difícil, a mais desafiadora”, inicia Rosa. “E o Skank, imagina, a gente estava super entrosado. A gente entrava no estúdio e já sabia mais ou menos como ia funcionar, porque foram anos de trabalho juntos. Obviamente, isso não redunda necessariamente numa coisa boa sempre, né? Mas é bom que tenha esse entrosamento”, completa.

A estratégia deu resultado. Tanto que, afinado o lado instrumental, a “dor de cabeça” da turnê tem sido encontrar o setlist perfeito, que converse com o momento de recomeço sem deixar de lado as músicas preferidas dos fãs. Na Capital, aliás, Samuel garante: além de parte das canções do Rosa, não devem faltar hits dos anos 90 e 2000.

“Continuo tocando músicas que eu fiz no Skank, porque em momento algum eu sinalizei que ‘romperia’. Eu não tô ‘de mal’ desse trabalho, não há um desconforto, pelo contrário"
Samuel Rosa
Cantor e compostior

Releituras e parcerias também devem entrar no repertório – Nando Reis, Lô Borges, Paralamas do Sucesso e Ira! são alguns dos artistas presentes na lista, além de feats mais recentes, como “A tal canção pra lua”, com Vitor Kley.

“São tantas músicas, né? E eu acho legal passear por elas. Às vezes pego uma coisa que o Skank não tinha o costume de tocar e trago de volta pro repertório. Esse início de turnê é um pouco isso, um treinador tentando escalar o melhor time pra jogar”, destaca Samuel.

Rosa: sonoridade nostálgica com declaração de amor ao futuro

Capa de 'Rosa', feita pelo artista paulista Stephan Doitschinoff
Legenda: Capa de 'Rosa', feita pelo artista paulista Stephan Doitschinoff
Foto: Reprodução

É difícil ouvir algumas das faixas de “Rosa” – como “Me dê você”, que abre o álbum, ou “Segue o jogo”, o primeiro single – e não se sentir reencontrando um velho amigo. O fato de a sonoridade que tornou o Skank uma das bandas de pop rock mais populares do País estar lá, porém, não é uma questão para o artista, que reforça estar em paz e em constante diálogo com a própria história.

O novo trabalho, no entanto, traz mais frescor e leveza, especialmente nas letras, que conversam com o momento de recomeço que Samuel encara em diversas etapas da vida. Além de se lançar como artista solo, o músico se tornou pai pela terceira vez no início deste ano, e contou ter sido inspirado pela chegada da pequena Ava, fruto do relacionamento com a atriz Laura Sarkovas.

Recomeço profissional e pessoal pautam turnê solo de Samuel Rosa
Legenda: Recomeço profissional e pessoal pautam turnê solo de Samuel Rosa
Foto: Lorena Dini/Divulgação

“A minha filha estava para nascer, então você retoma as esperanças no mundo, na humanidade a fórceps, né?”, brinca. “Eu acho que foi o disco em que eu mais me abri, de maior autoabertura. Mas claro, é um disco solo, não poderia ser diferente. Ainda que eu fosse o principal compositor do Skank e a voz fosse minha, uma banda é bem diferente”, completa.

Outro aspecto que traz renovação à musicalidade de Samuel é o fato de o artista ter direito à “palavra final” em todos os processos. Para ele, essa era uma necessidade, algo que “não poderia passar a vida sem ter feito”. Ainda que o Skank seguisse fazendo sucesso e tocando em festivais com públicos variados, havia a dúvida de como seria responder por erros e acertos sozinho.

“É uma coisa que eu queria me propor e, por ora, estou bem realizado, estou me sentindo muito bem. É a força que eu precisava para seguir”, destaca. “Quando a gente está há muito tempo num processo, você tem que recorrer a algumas estratégias para que você perdurar ali. Eu estou nessa profissão há quase 40 anos, né? Então, a renovação é muito necessária”, conclui.

Novos públicos, novas parcerias

Artista traz novo repertório para a capital cearense
Legenda: Artista traz novo repertório para a capital cearense
Foto: Lorena Dini/Divulgação

Depois de passar quase uma década sem lançar um disco de inéditas (o último disco do Skank, Velocia, foi lançado em 2014), Samuel não deve se contentar com as dez novas faixas de Rosa por muito tempo. Ele conta que, nos dois meses de gravação, 20 faixas foram gravadas, e que já deseja lançar um novo disco entre 2025 e 2026. 

“Vou esperar, no máximo, dois anos. Mas música inédita pode ser que eu lance antes, apesar de eu gostar muito de disco, sabe? Acho que você se explica melhor, o trabalho fica mais consistente, uma música explica outra”, explica.

Uma das parcerias em vista é uma canção com a cantora Marina Sena, também mineira. Os dois compartilharam o mesmo palco no início deste mês, durante as comemorações dos 412 anos de São Luís, e conversaram sobre as afinidades musicais no backstage.

A participação em eventos de música que reúnem diferentes gerações de artistas e fãs, aliás, tem sido uma aposta da nova fase da carreira de Rosa. “O ideal é que eu consiga conservar a confiança desse público que me acompanha há tantos anos, mas consiga também continuar isso que o Skank fez, de conversar com gerações novas”, ressalta.

Prestes a desembarcar no Ceará, o artista relembra, animado, a boa relação com o Estado, onde tem encontrado público fiel nas últimas décadas. “Eu não lembro de nenhum show em Fortaleza com pouca gente. Sempre foi muita gente – aliás, no Ceará inteiro, porque a gente tocou em outros lugares”, lembra.

Para o músico, a proximidade do Skank com o Estado se deve, em grande parte, aos shows feitos no Ceará Music. “Era a principal data do calendário da prateleira da qual eu vim, o pop rock. Nossa, aí tem história, viu? Com Charlie Brown, com Paralamas, com Biquíni. Não à toa, o Ceará virou um destino sempre muito sedutor para qualquer banda de rock e de pop rock”, afirma.

Com o novo repertório, o artista acredita que o show desta sexta-feira (20) deve rememorar essas lembranças, mas também demarcar uma nova fase na relação com os fãs cearenses. 

“Amo tocar aí, e tenho certeza que todo mundo que for no show vai sair satisfeito, porque eu me preocupo com isso. Eu não tenho tanto atrevimento de chegar e tocar só coisas inéditas”, brinca. 

“Eu tenho essa porção assim Wilson Simonal, Roberto Carlos, sabe? Gosto de ver o público cantando feliz, cantando os hits, indo embora pra casa satisfeito, pleno, como se tivesse jantado num restaurante muito bom, com comida boa. Esse é o meu recado: eu tenho certeza que quem me conhece, quem me acompanha, vai sair feliz”.
Samuel Rosa
Cantor e compostior

Serviço
Show - Samuel Rosa em Fortaleza
Onde: Iguatemi Hall (Shopping Iguatemi Bosque - Av. Sebastião de Abreu, 422 - Edson Queiroz)
Quando: Sexta-feira, 20 de setembro
Horário: Abertura dos portões às 19h, início do show às 21h30
Ingressos: A partir de R$ 130 | Vendas no site Bilheteria Virtual 
Classificação: 16 anos
Ouça o álbum “Rosa” nas plataformas digitais

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