IML monta força-tarefa para identificação dos 121 mortos após operação no Rio

O acesso ao IML foi limitado pelo a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 23:22)
Imagem dos corpos após operação no Rio de Janeiro. Imagem usada em matéria sobre força-tarefa criada pelo IML para perícia dos mortos.
Legenda: A Defensoria Pública do Rio de Janeiro foi impedida de acompanhar os exames nos corpos dos mortos.
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil.

Mais da metade dos 121 mortos durante operação das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, na terça-feira (28), foram identificados, até o início da tarde desta quinta-feira (30). A informação foi confirmada pelo jornal Estadão.

Em força-tarefa montada pelo governo do Rio de Janeiro, no Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, os corpos estão sendo necropsiados. Segundo a apuração, o local está sendo utilizado apenas para o atendimento dos mortos da Operação Contenção.

O acesso ao IML foi limitado, informou a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ). Podem acessar o instituto a corporação e o Ministério Publico. A informação foi compartilhada pela CNN Brasil.

Na tarde desta quinta, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro foi impedida de acompanhar os exames nos corpos dos mortos.

Impedida de acessar a sala da perícia e a necropsia do Instituto Médico-Legal (IML), a Defensoria Pública e familiares dos mortos temem a falta de transparência e fiscalização dos procedimentos.

Nesta quinta-feira (30), a entrada dos agentes foi autorizada apenas para o pátio e outras áreas do prédio, não sendo permitido acompanhar os exames.

A Defensoria informou que instalou uma van no pátio do IML para oferecer apoio jurídico e psicológico às famílias que aguardam a liberação dos corpos.

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Estrutura provisória da Defensoria Pública 

As equipes da Defensoria Pública instalaram uma estrutura provisória entre o Complexo da Penha e o Hospital Getúlio Vargas.

A informação foi confirmada pela defensora Mirela Assad, que coordena a atuação com mais de 40 funcionários e afirma que essa ação é para que nenhum familiar fique sem orientação ou suporte jurídico.

O atendimento vai continuar nos próximos dias, já que o resgate de corpos ainda está em andamento.

A Defensoria informou que também enviou um ofício à chefia da Polícia Militar, solicitando as imagens das câmeras de segurança corporais e a identificação dos agentes que participaram da "Operação Contenção", para garantir a preservação das provas.

Sobre a megaoperação 

Um balanço parcial desta quarta-feira (29) fala em 121 mortes. O número inicial, na terça-feira (28), era de 64 mortes, sendo 60 suspeitos e 4 policiais.

Enquanto o Governo do Estado do Rio de Janeiro trata a "Operação Contenção" como a maior da área de segurança dos últimos 15 anos, movimentos sociais falam em ação mais violenta da história do Estado.

Na rede social X, antigo Twitter, o GovRJ apresentou o balanço completo da operação, que representou, segundo o Executivo, o  "maior baque que a facção já tomou em toda a sua história”.

“Uma investigação de 1 ano envolvendo todas as polícias do RJ. O foco da operação foi retirar o confronto da comunidade e levá-lo para a área de mata, protegendo a população e reduzindo os efeitos colaterais”, informou a publicação.

O governo do Rio afirmou ainda que foram mais de 60 dias de planejamento com inteligência, levantamentos, mapas e distribuição tática das tropas. Que todos os policiais estavam com câmeras corporais e que “o cenário encontrado foi o previsto”.

Balanço de prisões e apreensões

  • 113 presos (33 de outros estados);
  • 10 adolescentes detidos;
  • 118 armas apreendidas, sedo: 91 fuzis, 29 pistolas e 14 artefatos explosivos;
  • Mais de 1 tonelada de drogas apreendidas.
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