Familiares viajam ao RJ para identificar cearenses mortos em megaoperação

Pelo menos quatro cearenses foram identificados entre mais de 120 mortos.

A foto mostra pessoas recolhendo corpos mortos na megaoperação policial no Rio de Janeiro.
Legenda: Corpos das pessoas mortas na megaoperação foram levados para serem periciados e identificados.
Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil

Familiares de quatro cearenses identificados entre mais de 120 mortos, na megaoperação policial realizada na terça-feira (28), viajaram ao Rio de Janeiro, nas últimas horas, para confirmar a identidade dos corpos. 

Outros cearenses, suspeitos de também integrar a facção carioca Comando Vermelho (CV), também estariam nos complexos do Alemão e da Penha, no dia da operação. A Polícia cearense aguarda informações se eles foram mortos, presos ou fugiram.

A reportagem apurou, com uma fonte da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), que vários familiares dos quatro cearenses viajaram ao Rio por transportes terrestres e aéreos, desde a última quarta-feira (29).

As autoridades cearenses receberam informações da Polícia do Rio de Janeiro sobre a morte de quatro integrantes do CV no Ceará:

  • Leilson Sousa da Silva, o 'Lelê';
  • Francisco Teixeira Parente, o 'Mongol';
  • Luan Carlos Marcolino de Alcântara, o 'Tubarão';
  • Josigledson de Freitas Silva, o 'Gleissim' ou 'Traquino'.

A reportagem procurou as polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, além do Governo do Estado, nesta quinta (30), para confirmar o número e a identidade de cearenses mortos e presos, na megaoperação, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria.

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Quem são os cearenses mortos

Os cearenses mortos na megaoperação policial no Rio de Janeiro atuavam no tráfico de drogas e em outras ações do Comando Vermelho, principalmente nos bairros Pirambu e Carlito Pamplona, em Fortaleza, segundo fontes que investigam o crime organizado no Ceará.

Leilson Sousa da Silva respondia a processos criminais por tráfico e por roubo, na Justiça do Ceará. Em 2020, 'Lelê' foi preso pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) na festa de aniversário dele, junto de 15 convidados. Para os investigadores, o evento se tratava de uma festa de uma facção criminosa.

Francisco Teixeira Parente responde a processos na Justiça do Ceará por homicídio, estelionato, furto e corrupção ativa. 'Mongol' é um dos acusados de matar o soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Heverton Gonçalves da Silva, aos 27 anos, no bairro Pirambu, no dia 6 de setembro de 2022.

Luan Carlos Marcolino de Alcântara é acusado de ser um dos responsáveis pelo assassinato do policial militar Bruno Lopes Marques, no Pirambu, em Fortaleza, no dia 12 de fevereiro do ano passado.

'Tubarão' também respondia pelo crime de tráfico de drogas, devido a uma ocorrência registrada em 5 de março de 2021, na mesma região em que o PM foi morto.

Já Josigledson de Freitas Silva, o 'Gleissim' ou 'Traquino', respondia a um processo, na Justiça do Ceará, por integrar organização criminosa.

As fotos mostram três criminosos que eram procurados pela Polícia do Ceará e que foram mortos em uma megaoperação policial no Rio de Janeiro.
Legenda: 'Skidum', 'Lelê' e 'Tubarão' estavam na região onde aconteceu a megaoperação. Os dois últimos foram confirmados como mortos para autoridades cearenses.
Foto: Reprodução.

Outros cearenses são procurados

A Polícia cearense tem a informação que outros integrantes do Comando Vermelho naturais do Ceará estavam nos complexos do Alemão e da Penha, antes de acontecer a megaoperação policial da última terça-feira (28).

Entretanto, não chegaram informações do Rio de Janeiro sobre a situação desses criminosos: se fugiram, foram presos ou mortos.

Um deles é Carlos Mateus da Silva Alencar, o 'Skidum' ou 'Fiel', de 30 anos, número 1 do CV no Pirambu e um dos foragidos mais procurados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), estava na região onde aconteceu a operação, mas não há informações confirmadas se ele é um dos mortos.

A SSPDS descreve 'Skidum', no site de Mais Procurados, como "chefe de organização criminosa com atuação no bairro Pirambu, em Fortaleza. Responde a homicídios, tráfico de drogas e por integrar organização criminosa".

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ações penais tramitam na Justiça do Ceará com o nome de Carlos Mateus como réu. Destas, 12 são por homicídios, e uma delas ia a julgamento nesta quarta-feira (29). Segundo a polícia cearense, ele ordenava homicídios na Região do Pirambu, mesmo estando no Rio de Janeiro.

'Skidum' tinha mandados de prisão em aberto no Ceará, motivo pelo qual fugiu do Estado e procurou proteção no Rio de Janeiro - berço do Comando Vermelho. Ele esteve escondido no Complexo da Maré, mas teria se deslocado para a região onde aconteceu a megaoperação policial.

A reportagem apurou que, no Rio, o criminoso cearense tinha a proteção de Edgar Alves de Andrade, o 'Doca', um dos maiores líderes do CV e o principal alvo da megaoperação.

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