Membros de facção mataram PM após briga com morador e celebraram com fogos de artifício em Fortaleza

Acusados também teriam filmado o corpo do policial militar e compartilhado o vídeo nas redes sociais

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
Policial militar morto no bairro pirambu
Legenda: O soldado da PM Heverton Gonçalves da Silva, de 27 anos, foi morto a tiros no dia 6 de setembro de 2022
Foto: Reprodução

Quatro membros de uma facção criminosa mataram a tiros o soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Heverton Gonçalves da Silva, de 27 anos - e ainda roubaram os pertences da vítima - no Pirambu, em Fortaleza, em setembro deste ano, após o militar discutir com um morador da região, segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE). O agente estava afastado da Corporação para tratamento psicológico.

Após a morte da vítima, os acusados comemoraram com a queima de fogos de artifício e postaram nos aplicativos de mensagens um vídeo exibindo o cadáver e a legenda: 'mais um pilantra da Colônia se foi'. Os acusados acreditavam que a vítima integrava a facção rival [...], que domina o crime organizado no Bairro Colônia (sic)."
Ministério Público do Ceará
Em denúncia

A denúncia foi recebida pela 5ª Vara do Júri de Fortaleza, no último dia 8 de novembro. Com isso, Francisco Teixeira Parente, o 'Mongol', Francisco Thiago de Souza Freire, o 'Thiago Bostinha', José David do Nascimento Oliveira, o 'D', e Lucas Henrique dos Santos Rodrigues viraram réus pelos crimes de homicídio qualificado, roubo e organização criminosa e tiveram a prisão preventiva decretada.

De acordo com o Ministério Público, os quatro acusados - integrantes de uma facção de origem carioca que atua no Ceará - "estavam de 'plantão' próximo do local de onde ocorreu o crime, vendendo drogas e montando guarda contra possíveis inimigos de facções rivais", quando ouviram barulhos que vinham de uma casa, no Pirambu, na noite de 6 de setembro deste ano.

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O soldado PM Heverton da Silva teria ido à residência para tirar satisfação com o morador sobre um suposto assalto que ele teria cometido contra o militar. 'Thiago Bostinha' e 'Luquinha' se aproximaram do imóvel e questionaram ao policial o que estava acontecendo, e houve nova discussão. A dupla saiu do local.

Cerca de dez minutos depois, os dois acusados voltaram ao local, junto dos comparsas 'Mongol' e 'D' e efetuaram dez disparos contra Heverton, que morreu no local. A maioria dos disparos antigiu a cabeça da vítima, segundo a acusação.

A morte foi comemorada com fogos de artifício e com um vídeo que mostrava o cadáver, compartilhado nas redes sociais. Ainda conforme a denúncia, a vítima teria se identificado como policial militar, mas os criminosos não teriam acreditado, pois pensavam que ela era integrante de uma facção rival.

Roubo e falsa identidade

O Ministério Público do Ceará denunciou ainda os quatro acusados pelo crime de roubo, cometido depois do homicídio (o que não configurou o caso como latrocínio). "Com desígnio autônomo, durante a ação que precedeu o homicídio, portanto, após ter reduzido à impossibilidade de resistência da vítima, os acusados, em concurso de agentes e com emprego de arma de fogo, subtraíram o celular e a pistola da vítima", explicou o Órgão.

Francisco Teixeira Parente, conhecido como 'Mongol', virou réu também pelo crime de falsa identidade. No momento da abordagem policial, o suspeito apresentou uma identidade falsa, com o nome do seu irmão.

R$ 6,1 mil
e quatro aparelhos celulares também foram apreendidos, além da identidade falsa, na posse de 'Mongol'. O dinheiro seria proveniente da venda de um "carro de estouro".

Ao serem interrogados pela Polícia Civil, os acusados negaram participação no homicídio e integrarem facção criminosa.

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